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BCP fica hoje mais perto de se tornar chinês
A assembleia-geral marcada com a bênção dos actuais principais accionistas vai permitir cumprir duas condições impostas para concretizar o investimento chinês. Conhecem-se também as contas dos nove meses.
O Banco Comercial Português dá hoje um passo para se aproximar do comprador chinês. Na reunião que se realiza esta quarta-feira, 9 de Novembro, os accionistas votam duas condições que o grupo Fosun colocou para adquirir 16,7% do banco liderado por Nuno Amado (na foto). Também hoje, há contas do BCP até Setembro a serem reveladas depois de, no primeiro semestre, o banco ter surpreendido pela negativa.
A assembleia-geral de accionistas, agendada para as 14:30, tem em cima da mesa dois grandes objectivos: um deles é subir o limite de votos dos actuais 20% para 30%, como pede a Fosun; o outro é aumentar o número máximo de membros do conselho de administração de 20 para 25, como também é condição do grupo chinês.
Ambas as propostas são subscritas pela Sonangol (17,84%), Sabadell (5,07%), EDP (2,56%) e InterOceânico (2,05%), os principais accionistas do banco privado, e visam cumprir as exigências dos chineses. Havendo este apoio accionista, a aprovação das propostas parece mais provável.
Fica a faltar o aval do Banco Central Europeu para que a Fosun possa, efectivamente, entrar na estrutura accionista e possa expandir, depois, a posição para até 30%.
Começando a reunião às 14:30, há pelas 17:00 a divulgação das contas dos nove meses. Os resultados dos primeiros seis meses do ano foram negativos, tendo surpreendido pela negativa os analistas: a equipa de Nuno Amado pretendeu constituir imparidades para crédito e levou o banco a prejuízos de 197,3 milhões de euros no acumulado dos dois primeiros trimestres.
Um dia depois desta limpeza feita no balanço do BCP, foi revelado o interesse da Fosun. O dono da Fidelidade e da Luz Saúde quer comprar 16,7% do banco e admite até estender essa participação até 30%.
A Fosun entra, agora, numa instituição financeira que entregou, junto do Banco de Portugal, uma carta de intenção de aquisição do Novo Banco e que, neste momento, negoceia na casa dos euros e não dos cêntimos. Outro dos obstáculos que se teve de ultrapassar para que os chineses investissem no banco foi o reagrupamento de 75 acções do BCP numa só.
Desde que se concretizou a fusão de acções, o BCP tem tido um desempenho negativo. Esta quarta-feira, os títulos estão a ser penalizados, também, pela eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América, à semelhança do que acontece nas bolsas europeias.
O BCP vale 1,1217 euros por acção, recua 3,3% em relação a ontem mas já esteve a cair 7,75%, altura em que tocou nos 1,1406 euros. Negoceia 24% abaixo do preço máximo que a Fosun pretende pagar pelo BCP – 1,50 euros por acção.