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BCP regista prejuízos de 251,1 milhões entre Janeiro e Setembro

O BCP registou perdas de 251,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A margem financeira subiu mas o produto bancário recuou. As imparidades continuam a penalizar os resultados.

09 de Novembro de 2016 às 17:10
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O Banco Comercial Português obteve prejuízos de 251,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, num resultado que compara com o lucro de 264,5 milhões de euros alcançado no mesmo período de 2015. Especificamente no terceiro trimestre, o resultado foi negativo na ordem dos 53,8 milhões de euros. A constituição de imparidades para crédito continua a ser a principal responsável pelo desempenho.

 

O banco sob o comando de Nuno Amado (na foto) colocou de lado como imparidades 870,2 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, um agravamento de 41,8% em relação ao período homólogo, de acordo com o comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Cerca de 100 milhões foram contabilizados no terceiro trimestre, potenciando a cobertura de crédito vencido. 

 

Também as outras imparidades e provisões mais do que duplicaram para 242,8 milhões de euros, "devido ao impacto da desvalorização de fundos de reestruturação empresarial de 107,4 milhões de euros face aos primeiros nove meses de 2015", justifica o banco.

 

O BCP diz que são os activos não habituais, como estas constituições de provisões, a afectar os resultados e a contribuir para o resultado. Como a constituição da maior parte das imparidades é em Portugal, o resultado líquido da actividade doméstica corresponde a um prejuízo de 394,3 milhões de euros. Já na actividade internacional, liderada pela Polónia, o BCP ficou-se por um lucro de 134,8 milhões de euros, uma quebra de 9,7% em termos homólogos.

 


Nuno Amado: "Achamos que este ano é absolutamente extraordinário para imparidades"
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O presidente do BCE explica o peso das imparidades nos resultados do banco.

 

Margem sobe, operações financeiras e comissões descem

 

Em termos globais, a margem financeira do BCP (indicador que representa a diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) melhorou 3,5% para 907 milhões de euros no período. O baixo custo dos depósitos permite esta melhoria. 

 

No entanto, o produto bancário – que junta a margem financeira com outros proveitos operacionais como as comissões – deslizou 15,3% para 1.571,9 milhões de euros. As comissões recuaram 3,4% para 481,1 milhões de euros, sendo que o BCP adianta que o desempenho se deve à área internacional. Os resultados de operações financeiras foram mais modestos do que nos primeiros nove meses do ano recuaram 58%, já que não foram registadas as mais-valias com a venda de dívida pública alcançadas em 2015, o que pesa no produto. 
 

Os custos operacionais da instituição financeira que tem a Sonangol como principal accionista e onde a chinesa Fosun está a tentar entrar deslizaram 5% para 722,4 milhões de euros, com uma queda mais acentuada na actividade internacional do que na doméstica. 

Queda de créditos e depósitos

 

Olhando para a carteira do banco liderado por Nuno Amado, o crédito a clientes bruto fixou-se em 52,6 mil milhões de euros, uma quebra de 4,6% em termos homólogos. A descida ocorre nos particulares, com um deslize de 2,9% prejudicado sobretudo pelo hipotecário, mas também nas empresas, com uma quebra de 4,6%, recuando em todos os segmentos.

 

No final de Setembro, 11,4% do crédito estava em risco, o que compara com 11,9% no mesmo mês de 2015. Já a cobertura de crédito vencido há mais de 90 dias por imparidades aumentou para 100,9%, de 85,6% no ano anterior.

 

O BCP captou menos recursos de clientes entre Janeiro e setembro, com uma descida de 0,6% para 63,4 mil milhões de euros. A quebra dos depósitos é de 0,5% para 48,9 mil milhões.

 
Rácio de capital deteriora-se

O capital da instituição financeira deteriorou-se ligeiramente. O rácio de Common Equity Tier 1, que mede o peso do melhor capital no banco, ficou em 12,2% em Setembro, 0,1 pontos percentuais abaixo de Junho.

Em relação a Setembro de 2015, a quebra do CET1 é mais acentuada: aí, o rácio estava em 13,2%



(Notícia actualizada pela última vez às 17:45 com mais informações)
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