O Banif não voltou à negociação. E será difícil que tal aconteça. Para já, "a suspensão vai manter-se", diz a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ao Negócios. O regulador vai "avaliar as consequências" da resolução para o banco, enquanto cotada na bolsa nacional.

"A suspensão vai manter-se. A CMVM vai avaliar as consequências da medida de resolução para o Banif enquanto sociedade cotada", afirmou fonte oficial do regulado do mercado de capitais português, liderado por Carlos Tavares.

A negociação das acções foi suspensa na quinta-feira, enquanto se aguardava o desfecho nas negociações para a venda da posição do banco. Na altura as acções do Banif estavam a 0,2 cêntimos. Não regressando à negociação, os investidores ficam impossibilitados de recuperar o capital investido.

Este domingo, o Banco de Portugal anunciou que foi aplicada uma medida de resolução. A venda dos activos

saudáveis do Banif ao Santander por 150 milhões não evitou que o Estado tenha de mobilizar mais 2.255 milhões de euros para assumir os activos tóxicos da instituição.

PSI com cada vez menos de 20

Por enquanto, as acções do banco estão apenas suspensas. Mas há o risco de não voltarem a negociar, sendo que mesmo antes de qualquer decisão da CMVM, a Euronext Lisboa poderá decretar a exclusão do Banif do índice de referência da bolsa portuguesa, o PSI-20.

Não foi possível, até ao momento, obter um esclarecimento da gestora da bolsa nacional relativamente a esta possibilidade que levará o PSI-20 a encolher ainda mais. Já só tem 18 empresas, podendo ficar apenas com 17 cotadas. Nas regras do índice, o mínimo exigido é de 18 títulos.

Na mais recente revisão do índice, a gestora do mercado português afirmou que nenhuma das empresas que estava fora do principal índice bolsista português tinha conseguido cumprir os requisitos mínimos para ser incluída no PSI-20. Ou seja, saindo, não há alternativas.