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Banca italiana e espanhol Popular penalizam sector financeiro europeu

O índice bolsista europeu que integra os principais bancos do Velho Continente é o que mais está a cair na Europa. A banca italiana e o espanhol Banco Popular são os que mais penalizam.

O Monte dei Paschi, o banco mais antigo do mundo, também tem sentido a pressão devido à exposição a activos de risco. O banco procura novos investidores e parceiros para vender carteiras de crédito de menor qualidade de forma a aliviar o fardo que estes representam para o seu balanço. As acções descem 52,68% em 2016.
Bloomberg
28 de Novembro de 2016 às 14:35
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Os bancos italianos estão a registar fortes perdas na sessão bolsista desta segunda-feira, 28 de Novembro, com os investidores a reiterarem apreensão quanto à possibilidade de as alterações constitucionais propostas pelo Governo de Matteo Renzi serem chumbadas no referendo do próximo domingo.

 

Numa altura em que o índice de referência europeu, Stoxx 600, segue a cair 0,53% para 340,63 pontos, o índice que agrega os principais bancos da Europa é mesmo o que mais está a penalizar ao perder 1,16% numa sessão em que já esteve a cair perto de 2%.

 

São os bancos italianos e também o espanhol Banco Popular que mais estão a contribuir para o pessimismo verificado neste início de semana no sector financeiro europeu. Uma vez mais o destaque pela negativa vai para o Banca Monte dei Paschi, o terceiro maior italiano, que está a afundar 11,15% para 17,77 euros.

 

As perdas registadas pelo banco mais antigo do mundo em funcionamento acontecem no dia em que o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmou que o processo de recapitalização do banco italiano está em linha com as regras europeias, que impedem o recurso a fundos públicos para reforçar o capital das instituições financeiras da Zona Euro.

 

Na sexta-feira passada foi aprovado o aumento de capital de 5 mil milhões de euros, que pressupõe arrecadar mil milhões de euros provenientes de obrigacionistas e 4 mil milhões de grandes investidores e venda de acções em mercado. Dombrovskis disse esta segunda-feira que a Comissão mantém "contacto constante" com as autoridades italianas e reiterou que qualquer "necessidade adicional de capital terá de ser garantia juntos dos mercados ou de outros privados".

 

O Unicredit e o Intesa Sanpaolo, os dois maiores bancos transalpinos, acompanham a tendência com quedas de 2,59% e de 1,93% para 1,919 euros e 1,981 euros, respectivamente.

 

Nota ainda para o Banco Popular, que segue no valor mais baixo pelo menos desde 1989 ao perder 7,42% para 0,774 euros já depois de uma nota do Credit Suisse ter considerado que o valor das acções do banco espanhol não reflecte os riscos relativos às mesmas.

 

A justificar este comportamento da banca europeia, designadamente da italiana, está o aproximar do referendo constitucional que poderá desencadear uma crise política em Itália. O primeiro-ministro Matteo Renzi garantiu que se demite se o "sim" perder no próximo domingo, 4 de Novembro. E nesta altura o "não" é apontado pelas sondagens como o provável vencedor. Nas últimas semanas a bolsa italiana tem negociado no vermelho, em especial pressionada pelos bancos transalpinos que lideram as perdas do sector no que à Europa diz respeito.

 

A confirmar o adensar da preocupação dos mercados relativamente à perspectiva de instabilidade política em Itália está a subida dos juros das dívidas públicas dos países periféricos. A diferença entre a "yield" italiana e a alemã ("bunds") – que mede prémio de risco – está no nível mais alto em mais de dois anos.

 

A taxa de juro associada às obrigações italianas está a subir 2,1 pontos base para 2,109%, tal como a "yield" espanhola segue a crescer 2,5 pontos base para 1,597% e a portuguesa a aumentar 2,8 pontos base para 3,625%. Já as "bunds" estão a cair 4,9 pontos base para 0,191%, com os investidores a preferirem apostar na dívida germânica por considerarem que é mais segura. 

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