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Popular cede a pressões e muda presidente em dia de notícias de fusão

O Popular está esta quinta-feira, 1 de Dezembro, a ter uma sessão de alta na bolsa de Madrid. No dia em que o Expansion noticiou conversas para uma possível fusão. E que o banco espanhol comunicou a abertura do processo para substituir Ángel Ron.

Reuters
01 de Dezembro de 2016 às 09:34
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Ángel Ron, presidente do Banco Popular, tem estado sob fogo cruzado, depois do aumento de capital do banco que levou a cotação a perder terreno. O aumento de capital de 2,5 mil milhões de euros foi o terceiro nos últimos cinco anos e geraram dúvidas sobre a possibilidade de o banco conseguir cumprir o seu plano estratégico.

As descidas em bolsa foram elevadas e como escreve o Cinco Días o Banco Popular viu-se entrar na pior crise da sua história bolsista, estando em mínimos de 26 dos seus 27 anos de bolsa. É a acção que mais cai na bolsa madrilena no conjunto do ano. Perde 70% do valor, o que o deixa abaixo de uma capitalização de 3,5 mil milhões de euros. As apostas na queda da cotação ("short selling") do Banco Popular alcançaram um recorde de quase 9% do capital. 

Cada acção do Popular vale hoje menos de um euro. Está na casa dos 0,8 euros. Mas na sessão desta quinta-feira bateu nos 90 cêntimos, depois de notícias do Expansíon que, segundo as agências internacionais, terá noticiado que o Banco Popular estaria a explorar possibilidades de fusão com outros bancos, tendo mesmo aproximado-se do BBVA, entre outros. A notícia, resumida pelas agências internacionais, não cita fontes identificadas.

O Banco Popular escusou-se a comentar as notícias. 

Cedendo às pressões comunicou esta quinta-feira, 1 de Dezembro, que realiza hoje mesmo uma reunião extraordinária do conselho de administração para aprovar a saída de Ángel Ron da presidência do banco. Para o seu lugar será nomeado Emilio Saracho, que até agora era o vice-presidente do JP Morgan Chase, ficando com o cargo de presidente executivo. Com 61 anos, este gestor tem estado nos últimos 20 anos em Londres numa carreira na banca de investimento. Já passou pelo Santander e Goldman Sachs. Trabalha na JP Morgan desde 1998.

O Expansíon conta que mesmo antes da crise financeira provocada pela falência do Lehman Brothers, em 2008, Saracho tinha-se retirado temporariamente do sector financeiro, mas a JP Morgan voltou a contratá-lo em Novembro de 2009 para lhe dar a responsabilidade da banca corporativa e de investimento na Europa, Médio Oriente e África. Foi em 2014 nomeado vice-presidente encarregado das relações do banco com grandes clientes.

Em comunicado o Popular diz que a proposta unânime da Comissão de Nomeações, Governo e Responsabilidade Societária deve ser aprovada pelo conselho também por unanimidade, para que seja proposta a assembleia-geral de accionista a nomeação de Emilio Saracho. 

O processo de substituição deverá ficar concluído no primeiro trimestre de 2017. 


Ángel Ron está à frente do Popular desde 2004. E a sua gestão tem sido contestada nomeadamente por outros membros do conselho de administração, encabeçados pelo mexicano Antonio del Valle que controla 4,25% do capital, que tem a seu lado, segundo o Cindo Días e o Expansíon, a Allianz com 3,49%, o Credit Mutuel com 4,06%, e apoiado por José María Arias, vice-presidente do banco, Helena Revolero (presidente de Prosegur) e Reyes Calderón, administrador independente. As quedas em bolsas abriram brechas dentro do próprio conselho, acrescenta o Expansíon, que fala ainda de administradores favoráveis a uma fusão do Popular com outras entidades. 












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