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Monte dei Paschi quer ir buscar mil milhões a acordo com obrigacionistas

A Reuters avança que os detentores de dívida estão inclinados a aceitar a oferta do banco, tanto mais que se a troca por capital não tiver sucesso, o banco pode vir a enfrentar uma resolução com maiores perdas para os obrigacionistas.

O Monte dei Paschi, o banco mais antigo do mundo, também tem sentido a pressão devido à exposição a activos de risco. O banco procura novos investidores e parceiros para vender carteiras de crédito de menor qualidade de forma a aliviar o fardo que estes representam para o seu balanço. As acções descem 52,68% em 2016.
Bloomberg
15 de Novembro de 2016 às 16:27
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O banco italiano Monte dei Paschi, a braços com carências de capital, prevê levantar cerca de mil milhões de euros junto dos actuais obrigacionistas através de um acordo para trocar dívida por capital. O valor é parte dos 5.000 milhões de euros que a instituição tem de encaixar para garantir a sua sobrevivência.

De acordo com o plano de recapitalização, dado a conhecer esta segunda-feira e citado pela Reuters, o Monte dei Paschi oferece em média um prémio de entre 23% e 37% sobre preços de mercado. Os analistas do BNP Paribas vêem o valor de mil milhões como "realista", acreditando que o valor arrecadado, previsivelmente no próximo mês, pode chegar a 1.500 milhões.

A troca de dívida por capital abrange 11 linhas de obrigações subordinadas avaliadas em 4.300 milhões de euros, valor que inclui 2.100 milhões de euros em títulos detidos por obrigacionistas de retalho. Além disso, o banco está a planear converter ainda um instrumento financeiro híbrido avaliado em mil milhões de euros.

O remanescente dos 1.000 milhões a conseguir com estas operações, para os 5.000 milhões de euros de que o terceiro maior banco italiano necessita, virá de grandes investidores (um ou mais) e também da venda de acções.

A agência noticiosa avança que dois detentores de dívida confirmaram que vão aderir ao plano. Um deles reconheceu que os investidores não têm muito por onde escolher, já que ou conversão acontece, ou há risco de o banco falir: "Penso que as pessoas vão aceitar a conversão porque é importante que o assunto fique resolvido," afirmou o investidor, que não foi identificado.

A condicionar e a pressionar o avanço do plano está o enquadramento político, com o referendo constitucional de 4 de Dezembro a ameaçar desestabilizar a economia italiana. O primeiro-ministro Matteo Renzi tem sinalizado a possibilidade de não continuar no cargo caso as alterações constitucionais que propõe não sejam validadas na consulta pública. À luz das novas regras de resolução, esse cenário poderia desencadear uma conversão forçada da dívida, com piores condições para os detentores.

O plano de recapitalização do banco – o único que falhou os testes de stress mais recentes – inclui ainda a venda de 28 mil milhões de euros em dívida de má qualidade.

As acções do banco tombam 9,61% para 0,253 euros em Milão. Os restantes bancos italianos estão também em terreno negativo em bolsa, recuando entre 2% e 4%.

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