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As quatro ameaças que pendem sobre Itália

São vários riscos políticos, económicos e financeiros. De um lado uma economia que cresce pouco e um défice orçamental que não desce mais. A agravar a situação está a crise dos refugiados e os terramotos. Há ainda o risco de uma crise bancária e a já tradicional instabilidade política.

16 de Novembro de 2016 às 23:15
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Economia e défice preocupam
Depois de estagnar no segundo trimestre, a economia italiana cresceu uns ténues 0,3% entre Julho e Setembro, segundo os dados mais recentes do Eurostat. O Governo transalpino estima crescer 1% em 2016, pouco mais do que os 0,7% registados em 2015, o que mostra dificuldades da economia em descolar. Já o défice público, segundo o projecto orçamental enviado para Bruxelas, deve baixar dos previstos 2,4% em 2016 para 2,3% do PIB em 2017, bem acima dos 1,8% inscritos, em Maio, no Programa de Estabilidade enviado para Bruxelas. A Comissão Europeia teme "um desvio significativo no ajustamento" italiano.

Terramotos e refugiados
Roma já avisou que os gastos com os terramotos que afectaram a região centro do país e com a crise dos refugiados terão impacto na execução orçamental. Na missiva endereçada esta quarta-feira por Bruxelas ao Governo italiano é demonstrada abertura para aceitar a cláusula relativa a eventos excepcionais. Segundo as previsões oficiais, Itália estima gastar 6 mil milhões de euros com questões relativas a sismos. Por outro lado Itália continua a ser o país mais penalizado pela crise dos refugiados. Em Agosto eram cerca de 140 mil os requerentes de asilo nos centros de acolhimento em solo italiano.

Instabilidade política
São habituais as crises políticas em Itália, um país que teve quase tantos governos quantos os anos que passaram desde a Segunda Guerra. Apesar da inicial popularidade do primeiro-ministro, Matteo Renzi, o Movimento 5 Estrelas está em crescendo nas sondagens. Isto depois de já ter conquistado importantes câmaras (Roma e Turim) nas eleições locais deste ano. A ameaça de demissão de Renzi caso perca o referendo constitucional abre a porta a um cenário de incerteza, agravada por um Parlamento fragmentado. Uma sondagem da EMG (Outubro) dava, numa eventual segunda volta disputada com o PD de Renzi, 52,3% ao 5 Estrelas.

Fragilidade da banca
A banca italiana tem um problema de escassez de capital. Em especial o elevado montante de crédito malparado. No Verão as estimativas apontavam para um montante total de malparado em torno dos 250 mil milhões de euros. O maior problema prende-se com o Monte dei Paschi, o terceiro maior do sistema italiano. O BCE quer que este banco reduza o malparado de 24,2 mil milhões de euros para 14 mil milhões. O banco aprovou em Julho um aumento de capital de 5 mil milhões. Contudo, Roma mantém um diferendo com Bruxelas quanto à utilização de dinheiros públicos para recapitalizar a banca.

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