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Bolsa italiana em mínimo de dois meses perante aproximar do referendo

Com as sondagens a apontarem para a vitória do "não" no referendo constitucional italiano, a bolsa do país está em queda e em mínimos de quase dois meses. Também os juros seguem em alta generalizada no dia em que o FT antevê que Roma possa abandonar o euro.

11 Matteo Renzi – Itália – 98,96 mil euros
REUTERS
21 de Novembro de 2016 às 11:34
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A bolsa de Itália está a perder 0,62% para 16.164,87 pontos na manhã desta segunda-feira, 21 de Novembro, naquela que é já a sexta sessão consecutiva em que a praça transalpina transacciona em terreno negativo e num dia em que já tocou no valor mais baixo desde 30 de Setembro.

 

Em sentido inverso seguem os juros da dívida pública transalpina, que mantêm a tendência de subida verificada nas duas últimas semanas. Depois de em 11 de Novembro ter atingido o valor mais elevado desde Julho de 2015, a taxa de juro associada às obrigações italianas com maturidade a dez anos segue a subir 2,6 pontos base para 2,119%.

 

O contexto desta descida da bolsa e da subida dos juros é o da aproximação do dia 4 de Dezembro, data em que será realizado o referendo sobre as alterações à Constituição defendidas pelo primeiro-ministro transalpino, Matteo Renzi.

 

Num artigo publicado este domingo no Financial Times (que o DN traz na edição desta segunda-feira), o editor e colunista do jornal britânico, Wolfgang Münchau, escreve que se Renzi perder o referendo "será de esperar uma sequência de acontecimentos que irá levantar questões sobre a participação de Itália na Zona Euro". Nesta altura todas as sondagens coincidem em atribuir a vitória ao "não".

 

O fraco desempenho económico de Itália desde a adopção do euro em 1999 bem como a incapacidade da União Europeia (UE) em construir uma união económica e bancária à já existente união monetária são os dois factores apontados por Münchau para explicar o "incremento do populismo na Europa", nomeadamente em Itália.

 

O colunista do Financial Times recorda que em Itália existem "três partidos de oposição, todos eles favoráveis à saída do euro", o que leva Münchau a considerar que "o referendo é importante pois poderá acelerar o caminho para a saída do euro".

 

Na altura com a popularidade em alta, Renzi avisou em Dezembro do ano passado que se demitiria se o "não" vencesse o referendo. Desde então o primeiro-ministro foi tentando recuar face a esta garantia, contudo as acusações da oposição levaram Renzi a reafirmar entretanto que sai do Governo se perder no dia 4 de Dezembro.

 

O problema é que este referendo foi transformado numa consulta à própria governação de Renzi, o que contribuiu para unir toda a oposição contra o primeiro-ministro e o seu partido, o PD. Mesmo no seio do PD há vários críticos de Renzi, entre os quais se destaca o ex-líder do partido, Pier Luigi Bersani, que são contra a alteração ao sistema político proposta pelo Governo.

 

"A 5 de Dezembro, a Europa poderá despertar sob a ameaça imediata da desintegração", avisa Münchau. 

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