Notícia
Renzi rejeita adiar referendo constitucional e mantém que se demite se perder
O primeiro-ministro italiano coloca de parte adiar o referendo de 4 de Dezembro devido aos terramotos, eventos que Renzi assegura que não farão aumentar o défice orçamental em 2016. Por outro lado, reitera que se demitirá se o "não" à reforma constitucional vencer o referendo.
O referendo constitucional não vai ser adiado nem o défice orçamental será agravado devido aos terramotos que aconteceram na última semana em Itália. Estas garantias foram dadas esta quarta-feira, 2 de Novembro, pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi (na foto), que assegura ainda que se a reforma constitucional não for aprovada em referendo irá mesmo demitir-se.
O gabinete do primeiro-ministro transalpino emitiu um comunicado em que desmente "categoricamente" que esteja sequer a ser considerada a possibilidade de adiar o referendo constitucional, agendado para o próximo dia 4 de Dezembro.
Um esclarecimento depois da confusão em torno de um hipotético adiamento do referendo, lançada por uma declaração do próprio ministro italiano do Interior. Angelino Alfano disse esta manhã que "nós (Governo italiano) não pedimos nenhum adiamento da data eleitoral" do referendo "mas se a oposição estivesse disponível a avaliar uma hipótese deste género, estou convicto de que seria um gesto a ter em altíssima consideração".
Esta declaração suscitou de imediato fortes críticas por parte da oposição, em especial do Movimento 5 Estrelas, partido que surge em crescendo nas sondagens e que apoia o "não" à reforma proposta pelo Executivo chefiado por Renzi. Em comunicado dos deputados do 5 Estrelas na Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento italiano, o movimento liderado por Beppe Grillo disse que não aceita que "as vítimas do sismo sejam instrumentalizadas" por motivos políticos".
Já depois do desmentido oficial, na sua página oficial (na rúbrica semanal "eNews") Renzi declarou que a hipótese aventada por Alfano "não existe, é surreal, evitaremos confundir o referendo e o terramoto, não têm nada a ver". O líder do PD aproveitou ainda para voltar a abordar a questão relacionada com a sua demissão no caso de perder o referendo.
Depois de no ano passado ter condicionado a continuidade à frente do Governo italiano à alteração à lei eleitoral que irá a votos no dia 4 do próximo mês, Matteo Renzi fez entretanto diversas declarações em que optava por não se comprometer com essa garantia. Contudo, agora Renzi vem reiterar que, apesar de "não querer falar sobre aquilo que farei, sempre foi claro" o que pretende fazer.
"Tenho uma grande auto-estima, alguns dizem que demasiado grande. Mas estou plenamente ciente de que o meu destino pessoal é muito menos importante do que a reforma constitucional, que é para os nossos filhos", explicou o governante transalpino.
Renzi parece assim assumir em definitivo que se não vencer o "sim" no referendo se irá demitir, considerando não ter condições para continuar a governar se o eleitorado italiano não viabilizar uma reforma que o próprio considera vital para conferir maior estabilidade e governabilidade ao país.
Entretanto, uma nova sondagem da Emg Acqua divulgada na passada terça-feira mantém o "não" na liderança com 37,6% face aos 34,7% alcançados pelo "sim". Ainda assim, o "não" perdeu 0,2 pontos percentuais face à última sondagem, intenções de voto que passaram directamente para os "indecisos". O mesmo estudo de opinião coloca o PD (partido liderado por Renzi) com 30,6%, atrás dos 31,2% do 5 Estrelas, movimento que, segundo esta sondagem, venceria as legislativas italianas se estas se realizassem agora.
Terramotos não vão agravar o défice
Em entrevista concedida esta quarta-feira à Radio 24, Matteo Renzi afiançou ainda que as metas para o défice orçamental de Itália em 2016 e 2017 se mantêm, assegurando que não será agravada devido aos custos relacionados com os sismos que nos últimos dias afectaram o centro do país.
Renzi garante que "os recursos" financeiros que serão alocados à reconstrução das zonas destruídas pelos terramotos "já estão contemplados no plano plurianual da lei orçamental", acrescentando que para 2017 há já 3 mil milhões de euros previstos na rubrica de "eventos excepcionais".
O Governo pretende atingir um défice de 2,2% do PIB em 2016, acima dos 1,8% inicialmente definidos no Programa de Estabilidade. Para o ano o objectivo é de 2,3%. Na resposta enviada pelo Ministério italiano das Finanças ao pedido de explicações adicionais endereçado pela Comissão Europeia, o Governo transalpino estima uma despesa de 7 mil milhões de euros com custos relacionados com terramotos (2,8 mil milhões) e com a gestão da crise migratória (3,8 a 4,2 mil milhões).
O gabinete do primeiro-ministro transalpino emitiu um comunicado em que desmente "categoricamente" que esteja sequer a ser considerada a possibilidade de adiar o referendo constitucional, agendado para o próximo dia 4 de Dezembro.
Um esclarecimento depois da confusão em torno de um hipotético adiamento do referendo, lançada por uma declaração do próprio ministro italiano do Interior. Angelino Alfano disse esta manhã que "nós (Governo italiano) não pedimos nenhum adiamento da data eleitoral" do referendo "mas se a oposição estivesse disponível a avaliar uma hipótese deste género, estou convicto de que seria um gesto a ter em altíssima consideração".
Esta declaração suscitou de imediato fortes críticas por parte da oposição, em especial do Movimento 5 Estrelas, partido que surge em crescendo nas sondagens e que apoia o "não" à reforma proposta pelo Executivo chefiado por Renzi. Em comunicado dos deputados do 5 Estrelas na Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento italiano, o movimento liderado por Beppe Grillo disse que não aceita que "as vítimas do sismo sejam instrumentalizadas" por motivos políticos".
Já depois do desmentido oficial, na sua página oficial (na rúbrica semanal "eNews") Renzi declarou que a hipótese aventada por Alfano "não existe, é surreal, evitaremos confundir o referendo e o terramoto, não têm nada a ver". O líder do PD aproveitou ainda para voltar a abordar a questão relacionada com a sua demissão no caso de perder o referendo.
Depois de no ano passado ter condicionado a continuidade à frente do Governo italiano à alteração à lei eleitoral que irá a votos no dia 4 do próximo mês, Matteo Renzi fez entretanto diversas declarações em que optava por não se comprometer com essa garantia. Contudo, agora Renzi vem reiterar que, apesar de "não querer falar sobre aquilo que farei, sempre foi claro" o que pretende fazer.
"Tenho uma grande auto-estima, alguns dizem que demasiado grande. Mas estou plenamente ciente de que o meu destino pessoal é muito menos importante do que a reforma constitucional, que é para os nossos filhos", explicou o governante transalpino.
Renzi parece assim assumir em definitivo que se não vencer o "sim" no referendo se irá demitir, considerando não ter condições para continuar a governar se o eleitorado italiano não viabilizar uma reforma que o próprio considera vital para conferir maior estabilidade e governabilidade ao país.
Entretanto, uma nova sondagem da Emg Acqua divulgada na passada terça-feira mantém o "não" na liderança com 37,6% face aos 34,7% alcançados pelo "sim". Ainda assim, o "não" perdeu 0,2 pontos percentuais face à última sondagem, intenções de voto que passaram directamente para os "indecisos". O mesmo estudo de opinião coloca o PD (partido liderado por Renzi) com 30,6%, atrás dos 31,2% do 5 Estrelas, movimento que, segundo esta sondagem, venceria as legislativas italianas se estas se realizassem agora.
Terramotos não vão agravar o défice
Em entrevista concedida esta quarta-feira à Radio 24, Matteo Renzi afiançou ainda que as metas para o défice orçamental de Itália em 2016 e 2017 se mantêm, assegurando que não será agravada devido aos custos relacionados com os sismos que nos últimos dias afectaram o centro do país.
Renzi garante que "os recursos" financeiros que serão alocados à reconstrução das zonas destruídas pelos terramotos "já estão contemplados no plano plurianual da lei orçamental", acrescentando que para 2017 há já 3 mil milhões de euros previstos na rubrica de "eventos excepcionais".
O Governo pretende atingir um défice de 2,2% do PIB em 2016, acima dos 1,8% inicialmente definidos no Programa de Estabilidade. Para o ano o objectivo é de 2,3%. Na resposta enviada pelo Ministério italiano das Finanças ao pedido de explicações adicionais endereçado pela Comissão Europeia, o Governo transalpino estima uma despesa de 7 mil milhões de euros com custos relacionados com terramotos (2,8 mil milhões) e com a gestão da crise migratória (3,8 a 4,2 mil milhões).