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Sondagens mostram "não" a ganhar vantagem no referendo italiano
Depois de todas as sondagens conhecidas em Outubro terem dado a vitória ao "não" no referendo constitucional italiano, os três estudos conhecidos na segunda-feira colocam o "sim" ainda mais distante.
A situação do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, é cada vez mais delicada. À medida que se aproxima a data do referendo constitucional transalpino (4 de Dezembro) o "sim" defendido pelo Executivo Renzi está a perder terreno para o "não".
Depois de todas as sondagens divulgadas durante o mês de Outubro terem dado a vitória ao "não", os 32 estudos publicados desde o passado dia 21 de Outubro continuaram a atribuir a derrota ao "sim".
E já esta segunda-feira, escreve a agência Reuters, foram conhecidas três sondagens que colocaram o "não" com uma vantagem ainda mais confortável. O estudo da IPR Marketing coloca o "não" com cinco pontos de vantagem, a da EMG Acqua com seis pontos e a da Tecne com sete pontos.
No entanto verifica-se ainda um elevado número de indecisos, embora tal possa nem sequer beneficiar Matteo Renzi tendo em conta que esse número tem vindo a cair nas últimas sondagens e, paralelamente, o "não" tem vindo a ganhar terreno. A piorar o cenário as casas de apostas citadas pela Reuters atribuem cerca de 75% de probabilidade de vitória do "não".
Com o referendo constitucional o Governo transalpino propõe-se reformar o sistema político transalpino, acabando com o actual bicameralismo perfeito. O objectivo passa por reduzir o leque de poderes da câmara alta (Senado) do Parlamento, passando os senadores a ser uma espécie de representantes regionais.
Para além de o Governo italiano atribuir grande importância a esta consulta popular, considerando estar em causa a governabilidade e estabilidade política do país, Renzi fez depender a sua continuidade à frente do Executivo da vitória do "sim" no dia 4 de Dezembro. E se depois de ameaçar demitir-se nas últimas semanas Renzi optou por não comentar a sua intenção em caso de derrota, nos últimos dias o também líder do PD reiterou que abandonará o Governo se perder: "Se tiver de ficar no Parlamento e fazer o que todos fizeram antes de mim, isto é, tentar sobreviver e andar por lá, isso a mim não serve", afirmou Renzi esta segunda-feira.
Mas nem tudo o que as sondagens mostram é necessariamente mau para Renzi. É que em todos os estudos o "não" surge mais forte no sul de Itália, região onde por norma as taxas de participação eleitoral são mais baixas. O que pode significar que inquiridos que se opõem à reforma constitucional podem nem sequer mobilizar-se para votar no dia 4 do próximo mês.
Reconhecendo grande importância a este referendo o Governo italiano está em plena campanha. Esta terça-feira, 15 de Novembro, Renzi está na Sicília, prevendo-se que até à data da consulta popular regressa a esta ilha. E também Debora Serracchiani, vice-secretária do PD, esteve esta manhã num fórum organizado pelo La Repubblica em que sustentou que mais importante do que uma vitória para o Governo Renzi "o importante é reformar o país".
Na próxima sexta-feira será conhecida a última sondagem relativa ao referendo, isto porque a Constituição transalpina impede a divulgação de estudos de opinião a menos de 15 dias da realização do respectivo acto eleitoral ou consulta popular.