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Abengoa chega a acordo com os credores

A Abengoa chegou a um pré-acordo com os credores da empresa. A reestruturação da companhia prevê a eliminação de 70% da dívida, renovação de linhas de crédito e injecção de novo capital, bem como emissão de novas acções.

Bloomberg
10 de Março de 2016 às 10:33
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Depois de várias semanas de negociações e de um elevado fluxo de notícias em torno do processo de reestruturação da Abengoa, a empresa espanhola conseguiu finalmente chegar a um pré-acordo com os seus credores para evitar assim um processo de falência. O plano prevê a eliminação de 70% da dívida, com esta percentagem a ser convertida em acções, o que resultará numa forte diluição das posições dos actuais accionistas.

O acordo entre a empresa de engenharia e construção espanhola Abengoa e os seus credores, comunicado ao mercado esta quinta-feira, 10 de Março, assenta em quatro pilares: a renovação de créditos urgentes, o alívio de 70% da dívida, e uma reorganização do capital da companhia, através da emissão de novos títulos, na qual os obrigacionistas ficarão donos da maioria do capital.

A Abengoa irá receber novo capital, o que lhe permitirá continuar a desempenhar a sua actividade com os seus 28.500 trabalhadores. Segundo o Cínco Días, vão entrar entre 1.500 e 1.800 milhões de euros na companhia nos próximos cinco anos, sendo que os obrigacionistas – BlackRock, Invesco, D. E. Shaw, Värde, Centerbridge, Elliot – serão os principais responsáveis por esta injecção de capital.

Estes obrigacionistas serão, de resto, os grandes accionistas da Abengoa, ao ficarem com 55% do capital da companhia, sendo que a sua dívida tem prioridade sobre a de outros credores e está garantida com activos do grupo, incluindo acções da Abengoa Yield.

Dívida reduzida a 30%

No âmbito do acordo, que ainda terá que ser aprovado por 75% dos credores, será retirado 70% da dívida do balanço da companhia, que actualmente se acima de 9.000 milhões de euros. Os cerca de 6.000 milhões de dívida que vão desaparecer serão convertidos em acções, através de um aumento de capital. Os credores que aceitem esta conversão ficarão com cerca de 35% do capital da nova empresa.

A nova dívida terá um juro anual de 5%, ao qual acrescentem outras comissões, que podem aumentar o custo efectivo deste capital para 18%. O montante restante em dívida terá novos prazos de pagamento, sendo que a banca renovará ainda linhas de crédito concedidas em Setembro e Dezembro, no valor de 231 milhões de euros. Ao mesmo tempo, os obrigacionistas deverão conceder na próxima semana uma linha de liquidez de cerca de 110 milhões, para que a companhia faça face às situações mais urgentes.

Além deste valor, a empresa necessita ainda de 800 milhões de euros adicionais, para garantir o transporte industrial este ano e no próximo, montante que será concedido por credores, obrigacionistas e banca em troco de 5% do capital, reduzindo assim a dívida da Abengoa a 30% do que era.

Os accionistas não escapam ilesos a este processo de restruturação. A reconversão da dívida implicará emissão de muitos novos títulos, o que irá diluir a participação dos actuais cerca de 50 mil accionistas para uma pequena posição na empresa espanhola que tem vindo a disparar em bolsa. Os títulos chegaram valorizar um máximo de 23,22% para 88,1 cêntimos durante a sessão desta quinta-feira, 10 de Março. Seguem a ganhar3,92% para 74,3 cêntimos na bolsa espanhola.

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