Notícia
Abengoa já se desfez de mais de 40 milhões em activos
A venda de património considerado não essencial à actividade representa para já 10% dos 420 milhões de euros que a empresa pretende colocar no mercado até ao final de 2016.
A empresa espanhola dos sectores de engenharia e renováveis Abengoa encaixou 42 milhões de euros nos últimos quatro meses com a venda de activos considerados não essenciais à sua actividade, no âmbito da reestruturação em curso na companhia.
De acordo com o jornal Cinco Dias, as últimas vendas ocorreram esta quinta-feira, com a alienação de quatro centrais fotovoltaicas em Espanha, na região da Andaluzia, à empresa Vela Energy. Só esta operação permitiu injectar 12,2 milhões de euros nos cofres da empresa e reduzir 50,3 milhões de euros em dívida, levando a um total de 83 milhões a redução já alcançada de encargos desta natureza.
As alienações já realizadas – que incluem também uma central solar térmica em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e um parque eólico no Uruguai (que reduziu a dívida da empresa em cerca de 33 milhões de euros) – permitiram alcançar receitas que são ainda apenas 10% dos 420 milhões previstos alcançar este ano com vendas no âmbito do plano de viabilidade.
O Cinco Dias avança, citando fontes próximas do processo, que as vendas feitas até ao momento envolveram transacções abaixo do preço de mercado.
A empresa procura ainda acordar com os seus credores – nomeadamente os obrigacionistas – um plano de reestruturação, tendo ganho mais sete meses para essa negociação com a apresentação à justiça de garantias que prolongaram o período de pré-concurso de credores.
Segundo o acordo de reestruturação proposto, os actuais accionistas verão a sua participação reduzida a um máximo de 5%, podendo mais tarde elevá-la a 10% na nova empresa, designada Nova Abengoa. Os actuais credores terão 30% da empresa (abdicando de 70% da dívida). Além disso está prevista a injecção de 1.500 a 1.800 milhões de euros ao longo de cinco anos, que conferirá direito a 55% do capital da empresa, a que se junta uma nova linha obrigacionista correspondente a 5% do capital.