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Abengoa evita insolvência e ganha mais tempo para negociar
A empresa comunicou esta segunda-feira ao mercado ter pedido em tribunal a suspensão do pré-concurso de credores pelo período de sete meses. A decisão contou com o apoio de 75% dos credores.
A empresa espanhola de engenharia e renováveis Abengoa evitou esta segunda-feira a entrada em insolvência. A empresa apresentou às autoridades judiciais um plano de reestruturação apoiado por 75% dos seus credores.
A companhia tinha até hoje, 28 de Março, para apresentar esta garantia. E fê-lo, de acordo com a informação prestada esta manhã ao regulador espanhol do mercado accionista – a CNMV -, colocando assim em suspenso o pré-concurso de credores em que se encontrava há quatro meses. Desta forma, ganha mais sete meses para continuar a negociar com os credores.
"Em relação ao processo de negociação que a sociedade está a desenvolver com os seus credores financeiros, a sociedade informa que, à data de hoje [28 de Março], apresentou no Julgado Mercantil nº2 de Sevilha o pedido de homologação do contrato de espera ou 'standstill' (…) que recebeu o apoio de 75,04% dos credores financeiros a que se dirigia, superando assim as maiorias exigidas pela lei (60%)", lê-se no comunicado da empresa ao regualdor espanhol.
A adesão a este contrato tinha sido proposto aos credores a 17 de Março passado, um dia depois de apresentado o programa de reestruturação financeira.
Segundo o jornal Expansión, este é um passo intermédio para encerrar definitivamente o período de pré-concurso, já que o processo de negociações com os credores se tem revelado muito complexo. O prolongamento das negociações depende ainda da decisão do juiz de validar o contrato de espera e, segundo fontes contactadas pelo jornal, o tempo de conversações não deverá chegar a esgotar o prazo de sete meses.
Depois de ter o acordo dos credores – que têm assim mais tempo para aderir -, o plano de viabilização tem de ser aprovado pelos accionistas da empresa.
Segundo o acordo de reestruturação, os actuais accionistas verão a sua participação reduzida a um máximo de 5%, podendo mais tarde elevá-la a 10% na nova empresa, designada Nova Abengoa. Os actuais credores terão 30% da empresa (abdicando de 70% da dívida). Além disso está prevista a injecção de 1.500 a 1.800 milhões de euros ao longo de cinco anos, que conferirá direito a 55% do capital da empresa, a que se junta uma nova linha obrigacionista correspondente a 5% do capital.
Há uma semana um grupo de obrigacionistas concordou em emprestar 137 milhões de euros à empresa para satisfazer as suas necessidades imediatas de liquidez.