Depois de meses de negociações, a Abengoa chegou, nas últimas semanas, a um princípio de acordo com os seus credores, que inclui o perdão de 70% da dívida da empresa espanhola. Um processo de reestruturação que vai custar cerca de 4,7 mil milhões de euros aos credores, segundo o jornal Cínco Días.

O acordo entre a empresa de engenharia e construção espanhola Abengoa e os seus credores anunciado no passado dia 10 de Março assenta em quatro pilares: a renovação de créditos urgentes, o alívio de 70% da dívida, e uma reorganização do capital da companhia, através da emissão de novos títulos, na qual os obrigacionistas ficarão donos da maioria do capital.

No total, os credores vão registar perdas no valor de 4,7 mil milhões de euros com este processo, mais de 80% do montante que vai ser transformado em capital, avança uma notícia do Cínco Días.

Entre os vários credores, os obrigacionistas vão assumir a maior factura: 3,8 mil milhões de euros. deste valor, 2,6 mil milhões serão convertidos em acções avaliadas em pouco mais de 550 milhões. Já as agências públicas têm 1,4 mil milhões, transformados em títulos que passam a valer 400 milhões.

Os bancos espanhóis também vão ser chamados a assumir perdas. As instituições têm nos seus balanços mil milhões de euros de dívida da Abengoa.

Em Novembro passado, quando se começou a falar do risco de falência, a empresa tinha entre os seus credores três bancos portugueses: o Novo Banco tinha a 30 de Setembro uma exposição de 55 milhões de euros, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BPI tinham uma exposição de dez milhões de euros cada.