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Fake News: Bruxelas alerta que “o tempo de ser ingénuos acabou”

A Comissão Europeia vai desenvolver acções para tentar controlar a disseminação de notícias falsas. Mas alerta que as tecnológicas não podem fugir das suas responsabilidades.

Bruno Simão
08 de Novembro de 2017 às 14:00
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Há um ano, no palco do Web Summit, debatia-se a proliferação das notícias falsas (fake news), que ganharam novos contornos com as eleições norte-americanas. Nesta edição, o tema continua em destaque com as empresas envolvidas ainda a tentar encontrar soluções para combater a sua disseminação.

 

A Comissão Europeia garante que está a acompanhar a situação. Mas segundo Ann Mettler, responsável do Centro de Estratégia Política Europeia de Bruxelas, "é preciso fazer mais" para resolver o problema. E parte desse trabalho tem de partir das empresas tecnológicas como o Facebook ou o Google.

 

"É parte do trabalho das tecnológicas. Não podemos retirar responsabilidades das empresas", alertou Ann Mettler, esta quarta-feira, 8 de Novembro, no Web Summit.

 

As fake news são "um atentado à democracia. Temos de deixar de ser ingénuos", acrescentou.

 

Já Joseph Kahn, editor do New York Times, apontou que Donald Trump tem dado um novo protagonismo à questão das fake news. Contudo, sublinhou que no caso do presidente dos EUA muitas das críticas não se enquadram na definição de fake news, que existem para ter influência política ou, noutros casos, como forma de criar conteúdos baratos de modo a obter receitas.

 

"As empresas tecnológicas estão numa fase muito inicial de reconhecer o seu modelo de negócio", acrescentou o editor do New York Times.  Na prática, "agregam conteúdos e quantos mais melhor. Mas este modelo está ameaçado", considerou. "As plataformas digitais foram construídas tendo como base a ideia de que os conteúdos são baratos", reforçou, acrescentando que "empresas como o Google ou o Facebook estão num momento de reflexão para perceberem se têm ou não responsabilidade em relação às notícias que circularam".

 

A responsável da Comissão Europeia aproveitou ainda para reforçar que Bruxelas vai "tomar acções", em relação ao tema, as quais "não passam por regulação específica. "Mas temos de fazer alguma coisa. Está muita coisa em causa", concluiu.

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