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Como vai Trump ganhar em 2020? "Keep Tweeting", senhor presidente

Ele é o director de campanha digital de Donald Trump. Brad Parscale esteve no Web Summit e foi confrontado com as estratégias de manipulação no Facebook e Twitter, a rede social preferida de Donald Trump. Uma conversa com Rússia à mistura.

Reuters
08 de Novembro de 2017 às 14:46
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Fixe este nome: Brad Parscale. O Washington Post descreveu-o como o "génio" que conseguiu que Donald Trump ocupasse a principal cadeira na maior economia do mundo. Falamos do seu director de campanha online.

Na semana em que se assinala um ano depois das última presidenciais norte-americanas, Parscale veio ao Web Summit, em Lisboa. "Ganhei a eleição no Facebook", começou por posicionar. Para derrotar Hillary Clinton, era preciso angariar não só apoiantes como fundos. "Sem isso não conseguiríamos competir". A rede social foi o local predilecto.

Com mais de 50 mil anúncios por dia, a estratégia era garantir que cada dólar gasto em promoção fazia render muitos mais. E assim aconteceu. A conversa parecia calma até que, do outro lado do sofá, Michael Isikoff da Yahoo! News apertou o cerco.

Um ano depois, Trump ainda não apresentou um plano para as infra-estruturas. "Ainda tem três anos", responde Parscale. Aplausos e apupos misturam-se na Altice Arena, onde decorre o evento. O mesmo quando se fala do sistema de saúde e dos retrocessos no Obamacare. "Tem tempo", "continua focado".

E aí surge o tema mais fracturante para este gestor de campanha: o alegado envolvimento e manipulação da Rússia nas redes sociais durante a campanha. Parscale alega desconhecimento, tenta fugir às questões. "O Governo e o Facebook vão determinar" se existiu ou não essa interferência, acaba por dizer.

Até que Michael Isikoff torna o foco mais concreto: quando replicou o tweet de uma conta que escondia ligações à Rússia, não sabia o que estava a fazer? A resposta segue o esperado: não. Há milhões de tweets todos os dias, concretiza. E sentiu-se manipulado por isso? "Sentir-me manipulado pela Rússia? Por ter replicado um tweet?", descarta.

Parscale não lamenta ter replicado o referido tweet. "Acho ridículo. Nem sei quem está por detrás disso". A mensagem, essa sim, estava de acordo com os seus intuitos. Numa altura em que as eleições se decidem também online, é aí que se continuará a fazer parte do jogo político.

É raro o dia em que Donald Trump não usa o Twitter para isso. Algumas polémicas nascem nesse ecossistema. Outras ganham dimensão aí, como os confrontos em Charlottesville, as questões da imigração ou o confronto crescente com a Coreia do Norte. "A América vai continuar a apoiar a agenda de Trump", acredita Parscale.

É uma lógica de criar ruído, para estar sempre na memória das pessoas, tal como nas últimas eleições. Ainda não é certo se Donald Trump integra a corrida presidencial em 2020. Com uma América cada vez mais "voltada" para as redes sociais, há um princípio que o republicano tem de seguir: "Keep tweeting" ou, em português, continue a publicar tweets.

Brad Parscale sabe que não basta e, por isso, deixa outro conselho para o presidente: "Contrate-me em 2020". E logo veremos se as redes sociais vão ter o mesmo resultado do passado.
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