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Trump queixa-se de comércio desleal da China. Mas atribui culpa a antecessores
Donald Trump diz que a China se aproveita dos EUA "em benefício dos seus cidadãos". A responsabilidade, acusa, é dos seus antecessores, que não souberam travar.
Na viagem que está a fazer à China, o presidente norte-americano Donald Trump queixou-se daquilo a que chamou comércio desleal na relação entre os Estados Unidos da América e a segunda maior economia do mundo, segundo as declarações noticiadas das agências de informação internacionais.
Numa conferência de imprensa esta quinta-feira, 9 de Novembro, Trump, que está a completar um ano desde a eleição, deixou claro que considera que os trabalhadores e as empresas americanas sofrem de práticas comerciais desleais por parte da China. "[A relação comercial] entre a China e os EUA não tem sido leal, já que, como é bem sabido, a América tem um défice comercial anual enorme face à China, um número para lá do que qualquer pessoa pode compreender", afirmou, citado pela Bloomberg.
Segundo o líder norte-americano, que falava ao lado do presidente chinês Xi Jinping, foram os seus antecessores que contribuíram para o desequilíbrio comercial entre as duas maiores economias do mundo. "No final de contas, quem é que pode culpar um país por tirar proveito de outro país em benefício dos seus cidadãos? Reconheço o mérito da China, mas, na verdade, as culpadas são as administrações passadas por permitirem este défice comercial fora do controlo".
Donald Trump afirmou que espera que, no futuro, seja possível melhorar a relação comercial, dizendo que espera conseguir fazê-lo. O presidente chinês declarou que haverá uma reforma na China que tornará o ambiente empresarial mais transparente.
Palavras proferidas pelos dois líderes numa altura em que foram assinados acordos comerciais entre empresas dos dois mercados avaliados em 250 mil milhões de dólares, cerca de 216 mil milhões de euros ao câmbio actual. Contudo, sublinha a Reuters, muitos dos entendimentos assinados ou já eram conhecidos ou não são vinculativos.
Outro dos temas das declarações à imprensa de Donald Trump e Xi Jinping prende-se com a Coreia do Norte, com os dois países a assinalarem a vontade de que Pyongyang abandone as armas nucleares. É o ponto comum entre as economias, já que Pequim não vai mais longe em medidas que possam limitar a vida económica da Coreia do Norte.