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Turismo dispara em fevereiro com "efeito carnaval" mas vírus trava viajantes chineses

Apesar do crescimento dos visitantes estrangeiros no mês de fevereiro, o mercado chinês registou um decréscimo de 51,3%, “já influenciado pelos efeitos da covid-19”, diz o INE.

Os profissionais do turismo são os mais pessimistas sobre o negócio.
Mariline Alves
27 de Março de 2020 às 12:18
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Os números do turismo em fevereiro cresceram, e muito, em toda a linha. A impulsionar as estatísticas está o facto de o Carnaval ter decorrido neste mês, o que não aconteceu no ano anterior.

Em fevereiro de 2020, o setor do alojamento turístico deverá ter registado 1,6 milhões de hóspedes e 3,9 milhões de dormidas, ou seja, um aumento de 16% e 15,3%, respetivamente – acima dos 12,2% e 7,6% registados em janeiro, conta o boletim publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

As dormidas de residentes aumentaram 27,2%, ou seja, muito mais que os 12,1% em janeiro, e as de não residentes cresceram 10%, que comparam com os 5,6% do primeiro mês do ano.

Os hóspedes residentes terão sido 777,6 mil, o que se traduziu num acréscimo de 23,9% (+12,9% em janeiro) e os hóspedes não residentes terão atingido um total de 828,4 mil, aumentando 9,5% (+11,6% em janeiro).

"Estes resultados foram influenciados pelo efeito do período de Carnaval, que este ano ocorreu em fevereiro e no ano anterior ocorreu em março", observa o INE, notando ainda que, em 2019, fevereiro teve 29 dias, mais um do que no ano anterior.

O Alentejo destaca-se como a região onde o turismo mais disparou no mês de fevereiro, apresentando um crescimento de 42,6% no número de dormidas, para atingir quase as 172.000. O número de estrangeiros a visitar o Alentejo foi o que mais subiu, embora a maioria dos visitantes continuem a ser de nacionalidade portuguesa. Apesar do crescimento acentuado, apenas os Açores registam menos dormidas que o Alentejo em fevereiro.

Coronavírus entre Portugal e a China

Apesar do crescimento dos visitantes estrangeiros no mês de fevereiro, o mercado chinês registou um decréscimo de 51,3% nesse mês, "já influenciado pelos efeitos da covid-19", revela o INE. As dormidas de turistas vindos da China desceram de 54,3 mil para 26,5 mil.

Por oposição, em destaque com as maiores subidas estiveram os mercados espanhol (+41,4%), canadiano (+32,8) e brasileiro (+32,4%). O Reino Unido e a Alemanha encabeçam a lista dos países onde os cidadãos mais procuram viajar para Portugal, com 425 mil e 303 mil visitas, respetivamente, seguidas das 200 mil de Espanha.

O INE, decidiu fazer uma divulgação antecipada destes dados "dada a preocupação que se está a gerar" sobre o setor, decorrente da pandemia de coronavírus, mantendo contudo a publicação que estava agendada para 15 de abril com a atividade turística em fevereiro. O gabinete de estatística deixa ainda um apelo, no mesmo boletim, a que as empresas continuem a responder ao inquérito, que vai incluir questões visando caracterizar a situação atual, com o objetivo de avaliar o impacto da pandemia e reunir substância para guiar a implementação de políticas públicas.

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