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Taxas turísticas? Só para quem tem muitos turistas

Vítor Costa, director-geral da Associação Turismo de Lisboa, só recomenda a adopção de taxas turísticas nos municípios com uma "dimensão" e "amadurecimento" adequadas do turismo. Não é o caso do Barreiro, exemplificou.

Bruno Simão/Negócios
07 de Fevereiro de 2017 às 20:45
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O lançamento de taxas turísticas deve estar reservado aos municípios onde a actividade ligada ao turismo seja pujante. É essa a opinião do director-geral da Associação Turismo de Lisboa, Vítor Costa, que representa o sector na cidade. "Só faz sentido quando há uma dimensão, um amadurecimento do turismo que permita introduzir essas taxas", defendeu esta terça-feira, na capital, após a apresentação de dois estudos sobre o turismo em Lisboa.

Vítor Costa defendeu que existem "várias áreas na região de Lisboa com grande potencial" turístico, mas onde este sector ainda não está desenvolvido. E isso poderia ser feito com o recurso a taxas turísticas, perguntou o Negócios? Não, respondeu.

"Não me parece que valha a pena um município como o Barreiro lançar uma taxa turística sobre as dormidas, porque não justifica o trabalho que isso dá", exemplificou. Já em Lisboa, "ela justificava-se plenamente". O município lisboeta registou 9,1 milhões de dormidas em 2015.

Vítor Costa aproveitou para mandar uma bicada ao presidente da câmara do Porto. As taxas turísticas devem ser lançadas "para o turismo e para aumentar a sustentabilidade" do sector, e não contra ele. "Nunca defendemos uma taxa contra o turismo, ou para apagar a pegada do turismo", sublinhou. Rui Moreira tem-se mostrado favorável a uma taxa turística que mitigue o impacto do turismo na cidade.

Diversas autarquias têm mostrado querer seguir o exemplo da câmara de Lisboa, que cobra um euro por cada dormida nos estabelecimentos hoteleiros e no alojamento local da cidade. Cascais começou a aplicar a 1 de Fevereiro uma taxa de um euro sobre as dormidas no início deste mês. Vila Real de Santo António começou a fazê-lo logo a 1 de Janeiro, cobrando igualmente um euro por noite, e o autarca de Ponta Delgada também admite lançá-la.

No Porto, Rui Moreira tem-se mostrado favorável à introdução de uma taxa desse género, admitindo que num valor superior ao que é cobrado em Lisboa. O Público escreveu que Rui Moreira sugeriu que ela pudesse chegar a dois euros por noite. O autarca diz que esse deve ser um tema debatido na campanha para as eleições autárquicas e não excluiu adoptar a taxa já em 2018, se vencer as eleições. Mas no Porto, o objectivo do lançamento da taxa é "reduzir a pegada turística". Daí as críticas de Vítor Costa.
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