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Pandemia leva a "interrupção quase total" do turismo em abril

Mais de 80% dos estabelecimentos turísticos estiveram encerrados ou não registaram qualquer atividade durante o mês passado.

A Details venceu, no final do ano passado, um concurso para explorar o aldeamento turístico Vale da Lapa, detido pela Oitante.
DR
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A pandemia do coronavírus levou a uma "interrupção quase total da atividade turística em abril". Nesse mês, os estabelecimentos de alojamento turístico nacionais receberam 68 mil hóspedes, quando, em abril do ano passado, Portugal tinha recebido mais de 2 milhões de hóspedes. Os dados foram divulgados esta sexta-feira, 29 de maio, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que mais de 80% dos estabelecimentos turísticos estiveram encerrados ou não registaram qualquer atividade durante o mês passado.

Os números do INE vêm confirmar aquele que já era o cenário descrito pelos operadores do setor, que não registaram, na sua maioria, quaisquer receitas durante o período em que vigorou o estado de emergência em Portugal. Isso mesmo mostram os dados agora divulgados: foram registados 68 mil hóspedes e 193,8 mil dormidas em abril, o equivalente a quebras de 97,1% e 96,7%, respetivamente, em relação a abril do ano passado.

Estes números foram registados num período em que "cerca de 80,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes", refere o INE.

Num contexto de estado de emergência em Portugal e em vários outros países, a interrupção do turismo ficou a dever-se quer ao mercado interno, quer aos externos, mas os hóspedes não residentes praticamente desapareceram. Segundo o INE, foram recebidos 48,2, mil hóspedes residentes em Portugal, que responderam por 122,9 mil dormidas, e 19,8 mil hóspedes não residentes, responsáveis por 70,9 mil dormidas.

Estes casos, justifica o INE, ficaram a dever-se a situações excecionais. "O perfil dos poucos turistas que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês terá sido diferente do habitual, tendo sido reportadas ao INE diversas situações, como, por exemplo, hóspedes que ficaram retidos em Portugal sem possibilidade de regressarem ao seu país de residência, ou de pessoas que, por motivos profissionais, tiveram de se deslocar no país e pernoitar fora do seu local de residência".

Cancelamentos prolongam-se até agosto

Com o levantamento das medidas de confinamento, parte do setor do turismo começa a retomar a atividade, mas o impacto da pandemia ainda vai sentir-se durante os próximos meses. Quase 80% dos estabelecimentos que participaram no inquérito do INE apontam que "a pandemia motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de março a agosto de 2020".

A Madeira é a região que apresenta maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas, com mais de 90% dos estabelecimentos a confirmarem essa tendência. Seguem-se os Açores (86,7% dos estabelecimentos), a Área Metropolitana de Lisboa (84,3%) e o Algarve (81,7%).

Notícia atualizada pela última vez às 11h33 com mais informação.
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