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Nem o lince ibérico faltou à venda do Oceanário aos Soares dos Santos

Nos primeiros 10 anos da concessão, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos vai investir 40 milhões "a fundo perdido" no aquário. Na cerimónia oficial, o ministro do Ambiente aproveitou para mandar um recado aos “Velhos do Restelo”.

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Os utilizadores do TripAdvisor consideraram o Oceanário de Lisboa como o melhor aquário do mundo. "Talvez sob influência do novo accionista", brincou José Soares dos Santos, presidente da Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS), vencedora neste processo. Assinava-se assim o contrato de alienação das acções da actual gestora para o novo dono. A factura: 24 milhões de euros.

 

Dezenas de páginas depois, o negócio torna-se oficial. Na sua globalidade, a proposta atinge os 224 milhões de euros. O Estado encaixa 114 milhões durante os 30 anos de concessão, os outros 110 destinam-se a um compromisso da SFMS em investir nas áreas de investigação e educação ambiental. Em 2015, nos cofres públicos entram 35 milhões.

 

Contas feitas, é tempo de trocar elogios. Para o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, este é um "vencedor inequívoco". "Houve sempre o cuidado de associar mais-valia social, ambiental e cultural" no processo de liquidação da Parque Expo, recordou. Foi também o que aconteceu com a entrega do Pavilhão de Portugal à Universidade de Lisboa.

 

Moreira da Silva não esquece os "Velhos do Restelo" que olharam para este processo com "preconceito" e "ignorância". "Eu lido bem com a controvérsia", diz. E recorre a uma longa lista para provar o seu ponto. Houve quem duvidasse das ligações energéticas, dos sacos de plástico, da fiscalidade verde, do processo de reintrodução do lince ibérico e da reestruturação das águas. "Conseguimos", sintetizou.

 

Agora, pede para se dar também o "benefício da dúvida" neste processo do Oceanário. Da parte do ministro e de José Soares dos Santos chegam os elogios à actual gestão do equipamento que em 2014 gerou lucros de 1,49 milhões de euros e recebeu quase um milhão de visitantes. "[Perante esta gestão], foi fácil tomar a decisão", contou o empresário membro do clã que controla os supermercados Pingo Doce.

 

"Este é um dia muito importante, depois de 18 meses de trabalho", justificou Soares dos Santos. O Oceanário fará parte de um projecto mais amplo, a Fundação Oceano Azul, que quer contribuir para a afirmação de Portugal como líder em assuntos do mar. Na primeira década, a SFMS vai "investir 40 milhões a fundo perdido" neste projecto.

 

A cerimónia não termina sem uma breve visita ao aquário. Uma visita reservada, longe dos olhares dos jornalistas. Os detalhes quanto ao projecto da nova fundação só devem chegar depois do Verão. Por agora, as acções já estão em mãos privadas.

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