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"Já não há reservas" no turismo. CTP pede mais medidas ao Governo

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal apresenta dez medidas que considera fundamentais para que as empresas do setor possam sobreviver até ao fim da atual crise.

João Miguel Rodrigues
09 de Fevereiro de 2021 às 10:59
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Ao fim de quase um ano de pandemia, as empresas do setor do turismo já não têm mais reservas de capital para fazer face à crise e precisam de mais apoios. Quem o garante é Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), que apresenta ainda uma lista de medidas que pede ao Governo que sejam implementadas com urgência.

"Faz, no mês que vem, um ano de pandemia. Ninguém esperava que durasse este tempo e, hoje, o estado atual do turismo é de urgência", começou por afirmar o presidente da CTP, no webinar "O Estado do Turismo", que está a decorrer esta terça-feira, 9 de fevereiro. "Muitos perguntam como aguentámos até agora. Tivemos 10 anos de bom turismo, as empresas ficaram muito capitalizadas e constituíram reservas. É por isso que temos aguentado até agora, mas, passado 11 meses, não há reservas", acrescentou.

Neste contexto, defendeu, o setor precisa de novos apoios. A CTP elenca dez medidas consideradas prioritárias, a começar pela extensão das medidas de apoio ao emprego, pelo menos, até ao final do ano, "com destaque para o lay-off simplificado, para todas as empresas com perda de faturação".

O reforço financeiro do programa Apoiar, bem como a "revisitação das moratórias fiscais e financeiras", são outras duas medidas propostas pela CTP. "Todas estas medidas, quando foram anunciadas, previam uma pandemia de três a quatro meses. Há quem diga que são uma bomba relógio. É fundamental tratar atempadamente destas medidas", disse Francisco Calheiros.

O presidente da CTP apela ainda a que o Governo não discrimine as grandes empresas nos acessos aos apoios e que prolongue os programas de apoio às rendas, tanto habitacionais como comerciais, pelo menos, até ao final do ano.

Propõe também a ampliação das medidas de apoio às empresas exportadoras, que só recentemente passaram a abranger o setor do turismo. "As empresas do turismo já podem aceder a estes apoios, mas muito poucas empresas conseguiram aceder. É fundamental que haja uma extensão destes apoios e, dentro dela, um apoio específico para o turismo", salientou Francisco Calheiros.

A criação de um "quadro legal de medidas que sejam previsíveis e comunicadas de forma atempada", bem como a criação de um balcão único onde as empresas possam dirigir-se para "ter todas as informações necessárias para aceder às medidas Covid", são outras medidas pedidas pela CTP.

Por fim, a confederação apela a que sejam implementadas medidas de capitalização e a que o Governo lance uma nova campanha para repor a confiança no destino Portugal. "Nós não aguentamos mais empréstimos. É a maior crise das nossas vidas. Ainda não vemos a luz ao fundo do túnel e não vale a pena continuarmos a contrair mais empréstimos. Têm de vir para cima da mesa medidas de capitalização", sublinhou.

E concluiu: "Quanto à segurança sanitária, o que vemos nas notícias todos os dias é o mesmo que os nossos clientes internacionais vêem. Temo que, quando abrirem os corredores turísticos, esta seja a mensagem que está na cabeça das pessoas. Temos de pensar muito bem o tipo de ações que vamos ter de fazer para recuperar a confiança daqueles que, durante quatro anos consecutivos, nos elegeram como o melhor destino do mundo".
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