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Pandemia deixou mil milhões de turistas em casa. Recuperação do setor só em 2023

O ano que passou foi o pior de sempre para a indústria do turismo. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o número de viajantes em 2020 caiu 74% face ano anterior. Especialistas acreditam que a recuperação não acontecerá antes de 2023.

O setor do turismo está entre os mais penalizados pela crise económica que a pandemia de Covid-19 desencadeou a nível mundial .
Alexandre Azevedo
Ana Sanlez anasanlez@negocios.pt 28 de Janeiro de 2021 às 15:13

Com o mundo em confinamento devido à pandemia, o setor do turismo atravessou em 2020 o pior ano de sempre, desde que há registos. Os aeroportos contabilizaram menos mil milhões de chegadas face ao ano anterior, o que equivale a uma quebra de 74%, revelou esta quinta-feira um relatório da Organização Mundial do Turismo (UNTWO). Para destacar a dimensão da quebra, a organização compara os valores com os registados na crise financeira de 2009, quando o número de viajantes diminuiu 4%.


São vários os números divulgados pela organização que comprovam o colapso da indústria. As perdas associadas às exportações rondam os 1,3 biliões de dólares, o equivalente a mais de um bilião de euros. Um valor onze vezes superior ao registado na crise financeira da última década. A pandemia colocou ainda em risco entre 100 a 120 milhões de empregos no setor, sobretudo em pequenas e médias empresas.


A crise pandémica afetou praticamente por igual todas as regiões do globo. O estudo da UNWTO revela que a região da Ásia e Pacífico, por ter sido a primeira afetada pelo vírus e por ter posto em prática algumas das restrições mais severas, acabou por ser a mais castigada, tendo registado quebras de 84%, o equivalente a uma perda de 300 milhões de turistas.


Por sua vez, o número de viajantes na Europa tombou 70%, apesar de uma ligeira recuperação nos meses de verão. Em termos absolutos, o velho continente registou o pior resultado do mundo, ao ter perdido 500 milhões de turistas internacionais. No Médio Oriente e em África, a descida foi de 75%. Na América do Norte e América do Sul, a quebra ficou próxima dos 70%.


Apesar de as vacinas representarem um sinal de esperança para o setor, o sentimento geral ainda é de pessimismo. "Já muito foi feito para garantir a segurança das viagens internacionais, mas esta crise está longe de ter terminado", avisa o secretário-geral da UNTWO, Zurab Pololikashvili, para quem a "harmonização, coordenação e digitalização" das medidas de mitigação da pandemia, como é o caso dos testes e das vacinas, são "bases essenciais para promover a segurança das viagens e a recuperação do turismo assim que possível".


O último inquérito da organização a um painel de especialistas mostra que o setor está ciente de que ainda não será este ano que o setor voltará ao seu nível de atividade normal. Na opinião de 43% dos inquiridos, só em 2023 é que a indústria conseguirá atingir os níveis de viagens alcançados antes da pandemia. Para 41% dos especialistas, esse retorno só deverá acontecer depois de 2024.


Para 2021, as expectativas são fracas. Perto de metade dos inquiridos antecipa um ano melhor do que o anterior, enquanto 25% dos participantes espera resultados semelhantes. Para 30% dos especialistas, 2021 deverá ser ainda pior que o ano passado.

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