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Court Atlante. Portugal vai ter um festival do luxo

O Convento de São Francisco, em Santarém, foi o cenário escolhido para acolher um festival onde se reúnem as marcas portuguesas “de que ninguém fala” mas que produzem para insígnias de luxo um pouco por todo o mundo.

Nuno Pereira
23 de Setembro de 2017 às 17:00
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Portugal vai ter o primeiro festival dedicado à sua indústria de luxo. O Court Atlante, assim se chama, terá lugar de 17 a 19 de Novembro no Convento de São Francisco, em Santarém.

A ideia é de Artur Casaca (na foto), fundador da Global Monarchy e também agente de produção em Portugal para marcas internacionais, encontrando fábricas lusas que respondam às suas necessidades. O festival foi primeiramente pensado, há três anos, para Cascais, mas acabou por não avançar.


"Este evento surge numa altura em que o luxo em Portugal está com uma procura enorme", revela ao Negócios, perante a iniciativa cujo principal objectivo "é dar a ver empresas portuguesas de que ninguém fala" mas que alimentam o circuito do luxo internacional.


A "edição zero" vai contar apenas com empresas portuguesas – o número ainda não está fechado – e espera, durante três dias, reunir cerca de 700 pessoas. O acesso é feito por convite, das próprias empresas ou contactando a organização. "Falar de luxo é falar de exclusividade", justifica o responsável.


Para os dias que antecedem o Court Atlante estão agendadas visitas a algumas das empresas da região de Santarém. "As empresas encaram este evento como uma exposição dos seus produtos e uma forma de galvanizar o cliente", afirma Artur Casaca. Estão já confirmadas vindas de Paris, Barcelona ou China.


Entre as empresas participantes estão a Mocapor, uma pedreira cujo mármore pode ser encontrado a revestir lojas da Hermès, ou o ateliê de pele de João Carvalho, membro da família dona da Couro Azul, que reveste os estofos dos automóveis da Porsche, exemplifica o organizador.


Recordando o período dos Descobrimentos e a primazia dos portugueses nos negócios das sedas e especiarias, Artur Casaca acredita que "nós, portugueses, não temos sido muito bons a vendermo-nos". "Quando se fala de Portugal, não se reconhece o nosso papel na história do luxo", lamenta.


Por isso mesmo, o empresário de 39 anos propõe-se a "vincar" o Court Atlante em futuras edições, através de parcerias, a cada ano, com diferentes países. Nesta primeira experiência, o festival conta com um orçamento de 50 mil euros, coberto principalmente pelas empresas participantes.


Na expectativa de que representantes de marcas internacionais e associações empresariais marquem presença, Artur Casaca antevê que se fechem negócios e sinergias através deste evento que classifica como uma "experiência sensorial portuguesa".

Com a organização do Court Atlante, a sua marca Global Monarchy – que facturou 70 mil euros em 2016 – acabou por ficar "um bocadinho de lado" e não marcará presença no evento.

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