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Booking.com a contas com o fisco em França

A administração fiscal francesa continua a apertar o cerco às multinacionais, depois de na semana passada uma operação policial ter visado as actividades da McDonald's no país.

01 de Junho de 2016 às 18:26
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O portal de reservas de viagens e turismo Booking.com está a ser alvo de um pedido de pagamento de impostos por liquidar em França, num valor que ascende aos 356 milhões de euros.

A informação consta de um comunicado enviado pela empresa-mãe (a norte-americana Priceline Group) à Securities and Exchange Commission, o regulador dos mercados nos EUA.

"Em Dezembro de 2015, as autoridades fiscais francesas apresentaram à Booking.com dívidas de aproximadamente 356 milhões de euros, na maior parte relacionadas com penalizações e juros", refere a comunicação datada de há um mês (4 de Maio) e que a Reuters noticia esta quarta-feira, 1 de Junho.

"A empresa acredita que a Booking.com cumpriu e continua a cumprir com a lei fiscal francesa e pretende contestar os valores apresentados", refere o mesmo documento.

Na semana passada o jornal francês "Les Echos" deu conta da realização de buscas por parte das autoridades francesas aos escritórios da McDonald's no país, tendo por base uma denúncia feita pela eurodeputada e ex-juíza Eva Joly, por suposta "fraude fiscal organizada", envolvendo 75 milhões de euros por ano só em França.

E no passado domingo, o ministro francês das Finanças, Michel Sapin, recusou a possibilidade de um acordo com a Google à semelhança do que foi alcançado pela tecnológica no Reino Unido, no valor de cerca de 170 milhões de euros. "Não vai haver negociações. (...) Não fazemos acordos como no Reino Unido, aplicamos a lei", garantiu Sapin, que deixou ainda em aberto a possibilidade de surgirem investigações a outras multinacionais.

Em causa, no caso da Google, poderão estar 1.600 milhões de euros em impostos retroactivos.


A intensificação da investigação das autoridades francesas surge numa altura em que os responsáveis da União Europeia prosseguem as suas tentativas de reprimir o planeamento tributário de grandes empresas que utilizam estruturas complexas para canalizar milhares de milhões de dólares de lucros para fora da Europa, para escaparem aos impostos.


No ano passado, o Priceline facturou 55 mil milhões de dólares em reservas, segundo o site da empresa. As acções do Priceline Group avançam 0,27% na praça de Nova Iorque, para o 1.267,69 dólares por título.

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