O ministro da Economia, Pires de Lima, escusou-se esta quinta-feira a dar mais informação relativamente ao comunicado divulgado por um sindicato da STCP, segundo o qual o consórcio catalão TMB/Moventis, que ganhou a subconcessão das duas empresas de transporte público do Porto, terá desistido da concessão da STCP.

"Estamos muito atentos no Governo aos compromissos que foram assumidos pelo consórcio que ganhou o concurso da concessão do Metro do Porto e da STCP. Estamos muito atentos à sua execução e actuaremos em conformidade com o cumprimento desse caderno de encargos", afirmou Pires de Lima em Matosinhos, à margem da inauguração do novo terminal de passageiros do Porto de Leixões.

"Não tenho nenhuma informação que neste momento possa partilhar com a comunicação social", disse o ministro, reforçando apenas estar "atento à concretização, à execução desse caderno de encargos e actuaremos em conformidade com aquilo que as circunstâncias ditarem".

O cenário de desistência do consórcio catalão tem vindo a tornar-se mais presente nos últimos tempos.

Como aconteceu com o contrato para a subconcessão do Metro do Porto, já assinado e a aguardar que o Tribunal de Contas se pronuncie, a TMB/Moventis tem estado a negociar o contrato com a STCP, no sentido de incluir alguns ajustamentos relativamente à proposta apresentada a concurso.

No caso do Metro do Porto, as alterações que chegaram a ser introduzidas levantaram dúvidas ao Tribunal de Contas, que pediu esclarecimentos adicionais á empresa, não tendo ainda tomado uma decisão.

Um conjunto de organizações representativas dos trabalhadores da STCP divulgaram esta quinta-feira uma nota de imprensa, onde referem que "a restruturação interna iniciada recentemente na STCP, com a nomeação de vários directores, respectivamente no departamento financeiro, recursos humanos, marketing e operações, parece indiciar que o consórcio espanhol TMB/MOVENTIS a quem foi adjudicada a concessão do serviço, tenha desistido da concessão".

"A certeza é que o contrato não foi assinado e tão pouco foi ainda constituída, pelo consórcio, a empresa para que tal se torne possível", acrescentam no comunicado, onde aproveitam para "manifestar o seu contentamento, com a desistência da única empresa que concorreu à concessão da STCP".