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Pandemia atira prejuízos da TAP para 582 milhões no primeiro semestre

A TAP viu as receitas operacionais derraparem mais de 55% no primeiro semestre, período em que o turismo foi forte afetado pela pandemia de covid-19.

Miguel Baltazar
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A TAP registou prejuízos de 582 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, um agravamento significativo face às perdas de 112 milhões que tinham sido registadas no primeiro semestre do ano passado.

Estes são os resultados de um período marcado pela pandemia de covid-19, que obrigou a companhia aérea nacional, à semelhança do que aconteceu por todo o mundo, a suspender a quase totalidade da operação entre os meses de abril e junho. A agravar os resultados da empresa estiveram ainda efeitos cambiais e os contratos de futuros de combustível.

O ano começou positivo para a TAP: nos meses de janeiro e fevereiro, o número de passageiros transportados pela companhia aérea aumentou em mais de 13% em relação a igual período do ano passado e as receitas operacionais cresceram 19,4%. A tendência de crescimento parou de forma abrupta em março, com a propagação da pandemia por todo o mundo.

"A quebra de atividade verificada a partir de março de 2020, em resultado da pandemia de covid-19, mais do que eliminou a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano, impactando muito negativamente a performance da TAP no primeiro semestre de 2020", refere a TAP, em comunicado enviado esta segunda-feira, 28 de setembro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Assim, em abril, maio e junho, a TAP cortou a capacidade em 99%, 98% e 97%, respetivamente. No primeiro semestre deste ano, as receitas operacionais acabaram por totalizar 646 milhões de euros, uma quebra homóloga de 55,4%.

Ao mesmo tempo, a TAP foi obrigada a reconhecer uma perda de 136,3 milhões de euros, pelo reconhecimento de overhedge de combustível (contratos de futuros destinados a cobrir o risco com a flutuação de preços do combustível). A companhia sofreu ainda um impacto de 58 milhões de euros devido a efeitos cambiais.

Isto num período em que os gastos operacionais ascenderam a 1.073 milhões de euros (valor que, ainda assim representa uma quebra de 30% em relação ao ano passado).

Feitas as contas, o resultado líquido agravou-se para 582 milhões negativos.

Quanto ao conjunto deste ano, a TAP admite que "os efeitos da pandemia deverão continuar a ser significativos nos próximos trimestres, o que pode ser agravado em caso de novos surtos significativos do vírus e da imposição de novas restrições à mobilidade ou simplesmente pela incapacidade de as economias recuperarem significativa e rapidamente das condições económicas adversas causadas pela pandemia até ao momento, nomeadamente em termos de emprego, rendimento disponível e níveis de confiança do consumidor".

Contudo, sublinha a "elevada incerteza que ainda subsiste quando à duração da pandemia" e, por isso, não apresenta estimativas para os resultados no conjunto de 2020.
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