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Há nove critérios para escolher novo dono da TAP

Margem para reforçar a capacidade financeira da TAP e o preço oferecido são apenas dois dos nove critérios que vão ser tidos em conta na escolha do vencedor da privatização. Parpública vai fazer hierarquia das propostas de compra. Mas caberá ao Governo decidir quem compra.

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Janeiro de 2015 às 11:54
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A escolha do vencedor da privatização TAP vai ser feita de acordo com nove critérios definidos no caderno de encargos da operação. Além da capacidade financeira dos candidatos, a hierarquia de propostas a elaborar pela Parpública terá em conta o projecto estratégico definido para a companhia.

 

Reforçar capacidade financeira

A primeira preocupação do Estado é encontrar um comprador que reforce a capacidade financeira da TAP. Daí que no topo da lista de critérios de selecção das propostas esteja a "contribuição para o reforço da capacidade económico-financeira da TAP -SGPS, S.A., e da TAP, S.A., e da sua estrutura de capital, designadamente a qualidade do plano de capitalização e a sua execução através de novos activos e recursos no que concerne ao proponente, assim como as condições associadas à disponibilização dos mesmos, de modo a contribuir para a sustentabilidade e valorização das empresas e para o crescimento da sua actividade, bem como a preservação do valor e do peso relativo do capital remanescente detido pelo Estado e do valor da opção de venda".

 

Preço de compra

Em segundo lugar, o futuro comprador da transportadora será escolhido tendo em conta o preço oferecido. Outro dos aspectos a ter em conta será "o valor apresentado para a aquisição das acções representativas do capital social da TAP - SGPS, S.A. (…), designadamente, o preço por acção, o encaixe financeiro global, a qualidade e valor dos métodos e fórmulas de majoração das opções de venda e de compra e, em geral, a possibilidade de concretização da venda directa em prazo, condições de pagamento e demais termos adequados para a salvaguarda dos interesses patrimoniais do Estado".

 

Projecto estratégico

A orientação estratégica para a TAP apresentada pelos candidatos à privatização também será usada na selecção do vencedor e deve respeitar determinadas exigências. O caderno de encargos refere que terceiro critério é "a apresentação e garantia de execução de um adequado e coerente projecto estratégico, tendo em vista a preservação e promoção do crescimento da TAP, S.A., com respeito pelo cumprimento dos objectivos delineados pelo Governo para o processo de reprivatização, a promoção do reforço da sua posição concorrencial enquanto operador de transporte aéreo à escala global nos mercados atuais e em novos mercados, a manutenção da integridade, identidade empresarial e autonomia do Grupo TAP, designadamente conservando a marca TAP e a sua associação a Portugal e assegurando que a sede e a direcção efectiva do Grupo TAP continuam a estar localizadas em Portugal, a contribuição para a preservação e desenvolvimento das qualidades operacionais e comerciais do Grupo TAP, e a valorização e desenvolvimento dos seus recursos humanos".

 

Cumprir serviço público

"A capacidade para assegurar o cumprimento, de forma pontual e adequada, das obrigações de serviço público que incumbam à TAP, S.A." é outro dos critérios de selecção das propostas. Em causa estão obrigações como "as ligações aéreas entre os principais aeroportos nacionais e das regiões autónomas, quando aplicável, bem como a continuidade e reforço das rotas que sirvam as regiões autónomas, a diáspora e os países e comunidades de expressão ou língua oficial portuguesa".

 

Contribuir para o crescimento

O Governo quer que a TAP ajude à recuperação económica. Por isso, vai valorizar as propostas que assegurem "a contribuição para o crescimento da economia nacional, incluindo no que respeita à manutenção e ao desenvolvimento do actual hub nacional, como plataforma de crucial importância estratégica nas relações entre a Europa, África e a América Latina".

 

Minimizar exigências ao Estado

As propostas que primem pela "ausência de condicionantes jurídicas ou económico-financeiras do proponente para a concretização da venda directa de referência" serão privilegiadas. Em causa estão aspectos como "a minimização de conflitos de interesse entre as actividades do proponente e as do Grupo TAP, bem como a mitigação de riscos para os interesses patrimoniais do Estado e para a prossecução dos objectivos relativos aos critérios anteriores".

 

Experiência no sector

Os candidatos com origem no sector do transporte aéreo serão valorizados. Isto porque um dos critérios é a "experiência técnica e de gestão no sector da aviação, a sua idoneidade e capacidade financeira, bem como as garantias eventualmente prestadas para cumprimento dos critérios anteriores".

 

Estabilidade laboral

O caderno de encargos não o refere expressamente, mas quando fala em compromissos assumidos com os sindicatos, o que o caderno de encargos quer dizer é que não podem ser despedidos trabalhadores durante dois anos. O critério é menos evidente e fala na "assumpção de compromissos em matéria de estabilidade laboral, designadamente a expressa vinculação ao cumprimento, nos termos legais e constitucionais, do acordo entre o Governo, sindicatos e a TAP, SGPS, S.A., bem como o respeito por todos os acordos colectivos vigentes".

 

Estabilidade accionista

Serão também valorizadas as propostas em função da sua "contribuição para o reforço da estrutura e da estabilidade accionista da TAP -SGPS, S.A., e da TAP, S.A., nomeadamente através da implementação de um modelo de governo societário que tenha em conta a específica natureza da TAP -SGPS, S.A., a actividade desenvolvida pela TAP, S.A., e os objectivos delineados pelo Governo para o processo de reprivatização".

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