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Alta velocidade vai servir as 10 maiores cidades portuguesas
O Plano Ferroviário Nacional inclui Viseu entre as 10 cidades com serviços de alta velocidade com a nova linha Aveiro-Vilar Formoso. A ligação Lisboa–Algarve tem duas alternativas em estudo, uma das quais a criação de um novo eixo que inclua Évora, Beja e Faro.
O Plano Ferroviário Nacional (PFN), apresentado esta quinta-feira, prevê que a alta velocidade (AV) venha a servir as 10 maiores cidades do país, para além de várias ligações a Espanha, o que ditará "o fim das ligações aéreas domésticas no território continental".
Na apresentação feita pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, é recordado que em curso está neste momento a nova linha Évora-Elvas, que permitirá criar serviços diretos de AV entre Lisboa e Madrid, e que em projeto estão neste momento a nova linha de alta velocidade (LAV) Porto–Lisboa e a primeira fase da nova linha Porto–Vigo (troços Braga-Vigo e Porto-aeroporto).
O projeto de densificação da rede envolve a nova linha Aveiro-Viseu-Guarda–Vilar Formoso, que completará a inclusão das 10 maiores cidades do país nos serviços de alta velocidade com a inclusão de Viseu e tornará possível a ligação de Lisboa e Porto a Madrid em cerca de 3 horas (com a conclusão dos investimentos de Espanha), é referido.
Em estudo, de acordo com o PFN, está ainda a ligação de AV Lisboa-Algarve, com duas alternativas: a modernização da linha existente para reduzir viagem em cerca de 30 minutos e um novo eixo que inclua Évora, Beja e Faro no mesmo eixo, com o tempo de viagem Lisboa-Faro a ser inferior a 2 horas.
A nova travessia do Tejo em Lisboa (Chelas-Barreiro) permitirá uma redução em, pelo menos, 30 minutos na viagem de Lisboa ao Alentejo e Algarve, permitindo que a ligação em alta velocidade entre a gare do Oriente e Faro, com paragem em Tunes, Albufeira e Loulé, passe a ser feita em 2h25, em vez das 3 horas atuais.
Já o acesso Norte a Lisboa, refere o documento que irá ainda estar em consulta pública, "é possível por ambas as margens e com flexibilidade para se adaptar à decisão sobre a localização do novo aeroporto".
Ligação a 28 centros urbanos
O PNF, apresentado esta quinta-feira, tem como principais objetivos que, na ferrovia, Portugal passe de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros e de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias.
Outra meta que visa atingir é assegurar a ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento.
Apesar do plano não ter um prazo fixado, é assumido como horizonte indicativo o ano de 2050.
Hoje, a rede ferroviária cobre zonas mais povoadas, em que 82% da população vive a menos de 15 minutos de uma estação ou apeadeiro, mas algumas linhas não têm serviço de passageiros, outras têm serviço fraco, e alguns territórios não têm mesmo acesso à rede, aponta o documento.
Assim, o PFN "deverá prever cobertura territorial mais abrangente do que a rede transeuropeia de transportes (RTE-T) e deve prever a ligação aos 28 centros urbanos definidos no PNPOT (Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território), que incluem todas as capitais de distrito, é dito.
Nesse sentido, os serviços interurbanos funcionarão em horário cadenciado, "tendencialmente, com um mínimo de um comboio a cada duas horas em cada sentido ao longo de todo do dia".
Já nos regionais a meta é assegurar cobertura de toda a rede com transportes local e nos urbanos assegurar transporte local nas áreas metropolitanas com elevada frequência (vários serviços por hora).
Nova linha de Trás-os-Montes
A nova estrutura de serviços prevê a criação de um eixo IC Lisboa -Valença com serviços frequentes, a criação de novos serviços e redução de tempos de viagem no acesso de Lisboa e Porto à Beira Alta e ao Oeste, com utilização da LAV Porto–Lisboa e a conclusão da eletrificação da rede existente permite o prolongamento de IC a Portalegre e a retoma de serviços diretos Lisboa–Beja.
O PFN prevê também a reabertura da totalidade das linhas Douro e do Alentejo e uma nova linha de Trás-os-Montes, ligando Porto–Vila Real–Bragança, com a viagem entre o Porto e Vila Real a demorar menos de uma hora e entre Porto e Bragança menos de 2 horas.
O plano prevê ainda um novo acesso a Lisboa a partir de Torres Vedras, passando em Loures e reduzindo cerca de 30 minutos no acesso da zona Oeste a Lisboa.