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TAP condiciona venda de bilhetes em Angola

A emissão de bilhetes em Angola passará a estar limitada a voos a iniciar em Luanda. As limitações impostas às exportações de capitais e da escassez de divisas estrangeiras no país acabam por justificar a decisão.

Miguel Baltazar/Negócios
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A TAP vai condicionar a emissão de bilhetes em Angola. Assim, naquele país, a venda de bilhetes será restrita às viagens de rotas a iniciar em Luanda. Esta medida tem efeitos desde esta segunda-feira, 26 de Janeiro.

 

"Temporariamente, com efeitos a 26 de Janeiro, as viagens com destino a Luanda não poderão ser emitidas em Angola. As passagens para viagens à partida de Angola para toda a rede TAP continuarão a ser vendidas normalmente", pode ler-se no "site" oficial da companhia aérea.

 

Deste modo, um passageiro que pretenda fazer uma viagem a partir de Lisboa ou de outro ponto de origem em voos TAP – exceptuando Luanda – já não poderá comprar a sua passagem na capital angolana.

 

"É uma decisão meramente comercial", tomada perante o crescimento da emissão de bilhetes em Angola para viagens a iniciar em Lisboa, explica ao Negócios o porta-voz da empresa, recordando que uma medida semelhante já tinha sido tomada pela TAP em relação à Venezuela.

 

Particulares e empresas estavam a pagar em kwanzas (moeda angolana), na delegação da TAP em Luanda, viagens com origem em Lisboa. Assim, o pagamento naquela moeda angolana deixará de ser aceite para voos na rota Lisboa-Luanda.

 

Quanto à sua duração desta medida, a mesma fonte acrescentou que está dependente do evoluir da situação em Angola.

 

A decisão acaba por representar uma forma de a TAP se salvaguardar das crescentes limitações impostas às exportações de capitais e da escassez de divisas estrangeiras em Angola.

 

O último factor é motivado pelo processo de "desdolarização" da economia levado a cabo pelo Banco de Angola em 2014 e pela queda do preço do barril de petróleo. A falta de dólares já está a provocar atrasos nos pagamentos a empresas portuguesas com actividade naquele país e a provocar uma revisão das perspectivas de crescimento de Angola.

 

Carmen Altenkirch, analista senior da Fitch, adiantou esta terça-feira, em entrevista à agência Lusa, que Angola irá apenas crescer 3%. As previsões iniciais apontavam para 9%. A responsável da agência de notação financeira admitiu ainda a possibilidade do ‘rating’ de Angola ser revisto em baixa, caso a quebra do preço do petróleo se continue a reflectir negativamente na economia angolana. Actualmente o ‘rating’ do país é BB- com perspectiva de evolução estável.

 

Apesar disso, o novo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José Pedro de Morais Júnior, já veio reforçar que os "fundamentos macroeconómicos" do país se "mantêm sólidos e sob controlo".

 

O Governo angolano está ainda a estudar a introdução de limitações à importação de vários produtos considerados de acesso básico e cuja produção nacional já esteja acima de 60% das necessidades.

 

A TAP realiza um voo diário entre Lisboa e Luanda. Uma viagem ida e volta entre as duas cidades, em classe turística, ronda os 1.150 euros. O ano passado, nesta rota, a companhia transportou mais de 140 mil passageiros.   

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