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BIC Angola negoceia entrada de "grande banco internacional" no seu capital
O Banco BIC Angola está num processo negocial que visa a venda de parte do seu capital a um grande banco internacional, estando em causa uma participação entre 10% e 15%, adiantou o presidente da instituição, Fernando Teles.
"Estamos a negociar a entrada de um grande banco internacional no nosso capital", afirmou aos jornalistas o gestor, esta segunda-feira à margem de um evento em Lisboa, sem revelar com quem é que decorrem as negociações, mas dando a entender que há mais do que um interessado numa participação minoritária no banco que lidera.
O objectivo é encontrar um "parceiro forte" que queira "investir no desenvolvimento do BIC", sublinhou Teles, garantindo que já há "muitas entidades que querem entrar" no capital do BIC Angola.
Paralelamente, o presidente do BIC Angola disse que, "quando a bolsa angolana começar a funcionar em pleno", a entidade que lidera quer estar no pelotão de empresas que vai inaugurar o mercado de capitais daquele país africano, estando os atuais accionistas dispostos a alienarem uma fatia de 15% a 20%, "ou até mais", do capital do banco na bolsa de Luanda.
Teles realçou que a bolsa angolana, que ainda não está operacional, vai num primeiro momento comercializar apenas dívida pública e que o segmento accionista só deverá estar activo em 2016 ou 2017.
Questionado sobre se ambas as novidades que lançou sobre o futuro próximo do BIC Angola, banco gémeo do Banco BIC Português, estão relacionadas com a recente saída de Américo Amorim do capital da instituição, Teles afastou essa ideia.
"Amorim é um grande empresário, mas já há dois ou há três anos que nos manifestava o desejo de sair do capital do BIC. Em Outubro de 2013 isso mesmo foi transmitido aos bancos centrais (de Portugal e de Angola) e só foi agora anunciado porque só agora houve autorização", explicou.
Certo é que os actuais accionistas fizeram um "esforço" para absorver a posição de Amorim, sublinhou Teles, que passou a contar com uma posição directa de 37,5% no capital do Banco BIC (a que se somam mais 5% detidos pelos restantes elementos da equipa de gestão e que permitem que haja um equilíbrio face à posição de 42,5% agora detida pela empresária angolana Isabel dos Santos).
Depois, há mais três sócios que detêm fatias de 5% cada no capital dos BIC, o angolano e o português, que têm exactamente a mesma estrutura accionista.