Notícia
Pista da base do Montijo insuficiente para descolagem de aviões grandes
"Estarmos aqui a ver que há uma pista em que há aviões que aterram mas não descolam, é capaz de ser um problema complicado. (...) Mas estou convencido que isso se resolve", disse o presidente do Conselho Metropolitano, Basílio Horta.
16 de Março de 2017 às 17:59
O tamanho da pista do Aeroporto do Montijo, alternativa ao de Lisboa, é insuficiente para a descolagem de alguns aviões de grande porte, foi hoje revelado numa reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa.
Os dados foram revelados pelo primeiro secretário da comissão executiva da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Demétrio Alves, que deu conta ao órgão político da AML dos resultados de uma reunião mantida com a ANA - Aeroportos de Portugal, acerca do desenvolvimento da capacidade aeroportuária na região de Lisboa.
Demétrio Alves destacou que a ANA lhe transmitiu esta preocupação acerca do tamanho da pista 01/19 do Montijo, que será usada como alternativa ao aeroporto Humberto Delgado, e que tem 2.147 metros de comprimento, o que "é insuficiente" para a descolagem "de alguns aviões de grande porte".
"Para aterrar, quase todos os aviões aterram aqui. O problema é descolar. Não dá nem para o Boeing 737, nem para o Airbus 320, nem para o Airbus 322", disse, salientando que foi "referido como altamente provável a [necessidade de] extensão da pista do Montijo".
"A pista tinha de ser aumentada em 350 metros", disse, salientando que a pista começa e termina muito perto do estuário, pelo que, a ser aumentada, entraria pelo estuário.
O presidente do Conselho e presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, mostrou preocupação pela segurança do aeroporto nestas condições.
"Estarmos aqui a ver que há uma pista em que há aviões que aterram mas não descolam, é capaz de ser um problema complicado. (...) Estarmos a gastar 200 e tal milhões de euros e depois o Boeing não aterra, o Airbus também não, é uma coisa insólita. Mas estou convencido que isso se resolve", disse.
Já o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, destacou que os pilotos que utilizam a base aérea do Montijo referem que o tamanho da pista não será um problema, mas admitiu que a opinião dos pilotos não é unânime.
O autarca do Montijo salientou que não está preocupado com este assunto, até porque "a pista tem sido usada ao longo dos tempos para a aterragem e descolagem de aviões muito pesados, nomeadamente militares", tendo até dado apoio à guerra do Iraque.
"A base foi sempre conquistada ao rio, com aterros sucessivos. E é possível fazer um aterro sem muito impacto ambiental, não apenas de 300 metros, mas de cerca de meio quilómetro, se for necessário", adiantou, salientando que, caso seja ponderado o aumento da pista, ele deverá ocorrer "na direção do Barreiro".
Em meados de Fevereiro, o presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA) disse à Lusa que a base aérea do Montijo não poderá ser alternativa ao aeroporto de Lisboa nos voos de longo curso caso avance a desactivação de uma das duas pistas do Aeroporto Humberto Delgado, devido a fenómenos atmosféricos moderados a severos que ocorrem durante três a quatro meses por ano, nomeadamente ventos cruzados.
"O Governo já está absolutamente ciente de que a pista 01/19 do Montijo, fechando a 17/35 [do aeroporto de Lisboa], não é uma alternativa para voos de longo curso, pois é muito pequena, não tem ajudas rádio que permitam aterragens por instrumentos e o pavimento, eventualmente, não tem resistência para suportar aviões de grande porte", afirmou à agência Lusa Miguel Silveira.
De acordo com Demétrio Alves, a ANA considera "crítica" a situação no Aeroporto de Lisboa devido ao aumento extraordinário de passageiros e tem um plano de contingência a pensar em Agosto.
Segundo dados da ANA, desde o início do ano passaram pelo aeroporto mais 660 mil passageiros em comparação com o mesmo período do ano passado, que já tinha registado um aumento em relação ao ano anterior, acrescentou.
"Em 2017 é muito provável que [no Aeroporto de Lisboa] se ultrapassem os 22 milhões de passageiros (...). Não é só na Portela, é também no Porto e em Faro. Portugal está a ser um destino turístico muito procurado", salientou.
Os dados foram revelados pelo primeiro secretário da comissão executiva da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Demétrio Alves, que deu conta ao órgão político da AML dos resultados de uma reunião mantida com a ANA - Aeroportos de Portugal, acerca do desenvolvimento da capacidade aeroportuária na região de Lisboa.
"Para aterrar, quase todos os aviões aterram aqui. O problema é descolar. Não dá nem para o Boeing 737, nem para o Airbus 320, nem para o Airbus 322", disse, salientando que foi "referido como altamente provável a [necessidade de] extensão da pista do Montijo".
"A pista tinha de ser aumentada em 350 metros", disse, salientando que a pista começa e termina muito perto do estuário, pelo que, a ser aumentada, entraria pelo estuário.
O presidente do Conselho e presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, mostrou preocupação pela segurança do aeroporto nestas condições.
"Estarmos aqui a ver que há uma pista em que há aviões que aterram mas não descolam, é capaz de ser um problema complicado. (...) Estarmos a gastar 200 e tal milhões de euros e depois o Boeing não aterra, o Airbus também não, é uma coisa insólita. Mas estou convencido que isso se resolve", disse.
Já o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, destacou que os pilotos que utilizam a base aérea do Montijo referem que o tamanho da pista não será um problema, mas admitiu que a opinião dos pilotos não é unânime.
O autarca do Montijo salientou que não está preocupado com este assunto, até porque "a pista tem sido usada ao longo dos tempos para a aterragem e descolagem de aviões muito pesados, nomeadamente militares", tendo até dado apoio à guerra do Iraque.
"A base foi sempre conquistada ao rio, com aterros sucessivos. E é possível fazer um aterro sem muito impacto ambiental, não apenas de 300 metros, mas de cerca de meio quilómetro, se for necessário", adiantou, salientando que, caso seja ponderado o aumento da pista, ele deverá ocorrer "na direção do Barreiro".
Em meados de Fevereiro, o presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA) disse à Lusa que a base aérea do Montijo não poderá ser alternativa ao aeroporto de Lisboa nos voos de longo curso caso avance a desactivação de uma das duas pistas do Aeroporto Humberto Delgado, devido a fenómenos atmosféricos moderados a severos que ocorrem durante três a quatro meses por ano, nomeadamente ventos cruzados.
"O Governo já está absolutamente ciente de que a pista 01/19 do Montijo, fechando a 17/35 [do aeroporto de Lisboa], não é uma alternativa para voos de longo curso, pois é muito pequena, não tem ajudas rádio que permitam aterragens por instrumentos e o pavimento, eventualmente, não tem resistência para suportar aviões de grande porte", afirmou à agência Lusa Miguel Silveira.
De acordo com Demétrio Alves, a ANA considera "crítica" a situação no Aeroporto de Lisboa devido ao aumento extraordinário de passageiros e tem um plano de contingência a pensar em Agosto.
Segundo dados da ANA, desde o início do ano passaram pelo aeroporto mais 660 mil passageiros em comparação com o mesmo período do ano passado, que já tinha registado um aumento em relação ao ano anterior, acrescentou.
"Em 2017 é muito provável que [no Aeroporto de Lisboa] se ultrapassem os 22 milhões de passageiros (...). Não é só na Portela, é também no Porto e em Faro. Portugal está a ser um destino turístico muito procurado", salientou.