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Galamba tinha avisado CEO da TAP que ia ser demitida, mas não por justa causa

A gestora revelou que teve uma reunião “super rápida” com o ministro das Infraestruturas a seu pedido na segunda-feira de manhã, poucas horas antes do anúncio oficial da sua demissão por justa causa.

Sérgio Lemos
05 de Abril de 2023 às 00:28
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Christine Ourmières-Widener revelou que  reuniu-se com João Galamba, ministro das Infraestruturas, depois do encontro com Fernando Medina no qual foi convidado a demitir-se. Na audição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a CEO exonerada reforçou ainda que não fez  "nada de mal", agiu de "boa fé" e seguiu as recomendações jurídicas para o acordo da saída de Alexandra Reis.

Confrontada pelo deputado do PS, Carlos Pereira, sobre se tinha tido uma reunião com o ministro das Infraestruturas sobre a sua demissão, a gestora confirmou que tinham tido um encontro no dia da conferência onde foi anunciada a sua exoneração por justa causa. E detalhou que a reunião tinha sido pedida por si e não durou mais do que 15 minutos. 

"Foi uma reunião muito rápida na segunda de manhã", na qual João Galamba informou que iria ser demitida mas não terá dito que seria "por justa causa", defendeu. Ou seja, quando assistiu à conferência, no dia 6 de março, "estava à espera de ser demitida, mas não por justa causa", reforçou.

Antes, na audição que durou seis horas e meia, a gestora disse que Fernando Mendina lhe tinha pedido que se demitisse na véspera da conferência em que anunciaram as conclusões do relatório da Inspeçao-Geral das Finanças (IGF) e a sua demissão por justa causa. E que tinha sabido da sua demissão "pela televisão".

"Foi uma reunião muito difícil para mim, o tom da reunião era triste e pesado", confessou, relembrando o encontro com Medina que decorreu no domingo ao final da tarde. "Diziam-me que os resultados [da TAP] eram fenomenais, que tinha feito um excelente trabalho e que era a pessoa certa para o cargo, mas que, tendo em conta toda a pressão, não havia opção para o Governo dar seguimento ao meu mandato". Depois, emocionou-se e disse: "Foi muito difícil para mim, ainda é bastante doloroso. Pediram-me que me demitisse", acrescentou. De seguida, o presidente da CPI, Jorge Seguro Sanches, sugeriu fazer um intervalo.

Instada a comentar as responsabilidades que tirava do caso Alexandra Reis, Christine Ourmières-Widener reforçou: "não fiz nada de mal, agi de boa fé e segui o aconselhamento jurídico". 

Esta quarta-feira será a vez de Alexandra Reis ir ao Parlamento ser ouvida na CPI à TAP.

(Notícia corrigida: a reunião com Galamba foi na segunda-feira e não no domingo)

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