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CEO da TAP diz que secretário de Estado é que tinha de avaliar termos da indemnização

Christine Ourmières-Widener comentou ainda que o “Estado português é um acionista desafiante”. Sobre toda a polémica do caso Alexandra Reis, alertou que “o drama nunca é bom para a empresa”.

Sérgio Lemos
04 de Abril de 2023 às 23:54
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Christine Ourmières-Widener reitera que ninguém a alertou para  as limitações do Estatuto do Gestor Público no caso da indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis. Durante a audição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a CEO da TAP sublinhou ainda que durante o processo "ninguém levantou dúvidas quanto ao enquadramento jurídico do acordo".

Confrontada pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, com o email enviado pela sociedade de advogados SRS em janeiro de 2022 no qual alertaram a CEO para problemas políticos e financeiros de um acordo no valor de 1,4 milhões e chegaram a propor outras opções como a rescisão unilateral, tal como o Negócios noticiou, a gestora referiu apenas que essa opção não foi considerada, admitindo que desde o início o objetivo era "fazer um acordo". Este email foi reencaminhado pela CEO ao secretário de Estado das Infraestruturas.

Mais tarde, questionada pelo deputado do PS Carlos Pereira se, perante o aviso da SRS Legal, não perguntou que riscos estariam em causa, respondeu que se tratava da opinião dos advogados e que o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, "é que tinha de decidir e avaliar". 

"O advogado [da SRS] faz esse comentário em relação à proposta inicial de Alexandra Reis de 1,4 milhões de euros", não em relação aos 500 mil euros acordados depois." Os advogados são dos mais prestigiados em Portugal nesta área, quer de um lado quer de outro", disse, referindo-se à SRS e à Morais Leitão - que representaram Alexandra Reis. 

"Todos deram o acordo como válido e legal. Não nos foi sinalizado nada sobre o Estatuto de Gestor Público, nem a mim nem ao secretário de Estado. Percebe-se que ninguém tinha dúvidas sobre o enquadramento legal deste acordo", reforçou.

Ao longo da audição, que dura há mais de seis horas, Christine Ourmières- Widener foi respondendo a várias perguntas dos deputados sobre diferentes temas, entre os quais a avaliação que fazia do atual acionista. A gestora comentou que "o Estado é um acionista desafiante".

Além disso, sobre a atual polémica em torno do caso Alexandra Reis, referiu que "o drama nunca é bom para a empresa". Sobre o impacto da sua demissão em concreto, defendeu que não terá ajudado a melhorar a situação e gerou uma instabilidade na organização. "Ainda estou, mas na verdade não estou", acrescentou.

Apesar de o anúncio da demissão da CEO da TAP ter sido feito há um mês, ainda não é conhecida a data de saída de funções de Christine Ourmières-Widener, nem quando o novo líder, Luís Rodrigues, vai assumir os comandos da companhia aérea. 

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