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CEO da TAP garante que nunca falou com Leão e Medina sobre caso Alexandra Reis
Christine Ourmières-Widener defendeu que durante o processo que levou à saída de Alexandra Reis só falou com o Ministério das Infraestruturas. E reforçou que o CFO estava a par das negociações.
A CEO da TAP exonerada garante que nunca falou com João Leão ou Fernando Medina sobre o processo que levou à saída de Alexandra Reis com uma indemnização de meio milhão de euros. Christine Ourmières-Widener está a ser ouvida no Parlamento, no âmbito da comissão de inquérito à TAP.
A gestora assegurou que, do lado do Governo, o processo foi acompanhado por Hugo Mendes, antigo secretário de Estado das Infraestruturas que, por sua vez, informava Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas à data, sobre a situação.
Com as Finanças, "o único contacto direto que tive foi antes de 2022 com Miguel Cruz [secretário de Estado das Finanças] sobre o plano de reeestruturação".
No que toca ao envolvimento do administrador financeiro, contariou as declarações de Gonçalo Pires e afirmou que este "tinha conhecimento da negociação com Alexandra Reis" desde 19 de janeito de 2022.
Questionada sobre se o CFO tinha informações sobre o valor da indemnização que estava a ser negociada, Christine Ourmières-Widener admitiu que não conseguia precisar. "Não posso confirmar, porque não tenho essa informação exacta", reforçou.
Em causa estão as afirmações de Gonçalo Pires fez na semana passada sobre ter sido formalmente informado da saída de Alexandra Reis apenas no dia 4 de fevereiro de 2022, por email enviado pelo chairman, Manuel Beja, e informalmente pela CEO "um ou dois dias antes" através de SMS.
Uma informação contraditória face à posição da CEO exonerada, que defendeu que o CFO estava a par desde o início, segundo a resposta enviada à Direção-Geral de Tesouro e Finanças (DGTF) no âmbito do processo da sua demissão por justa causa. Afirmações que foram recentemente confirmadas através da partilha de mensagens no WhatsApp com Gonçalo Pires, como noticiou a CNN.
Entretanto, o PSD já pediu ao Governo para tomar uma posição sobre "a falta de verdade" de Gonçalo Pires. E o próprio PS quer uma investigação às declarações do administrador financeiro.