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Medina pediu à CEO da TAP que se demitisse na véspera do anúncio oficial da sua demissão
Christine Ourmières-Widener revelou que o Ministério das Finanças marcou uma reunião com ela na véspera da conferência de imprensa onde anunciaram a sua demissão por justa causa.
"Foi uma reunião muito difícil para mim, o tom da reunião era triste e pesado", confessou, relembrando o encontro que decorreu num domingo. "Diziam-me que os resultados [da TAP] eram fenomenais, que tinha feito um excelente trabalho e que era a pessoa certa para o cargo, mas que, tendo em conta toda a pressão, não havi opção para o Governo dar seguimento ao meu mandato". Emociona-se e diz: "Foi muito dificil para mim, ainda é bastante doloroso. Pediram-me que me demitisse", acrescentou. De seguida, o presidente da CPI, Jorge Seguro Sanches, sugeriu fazer um intervalo.
Na audição, que está a decorrer há quase cinco horas, a gestora já tinha revelado que considera ser "um mero bode expiatório numa batalha política" e, por isso mesmo, rejeita o despedimento por "justa causa". "Fui demitida pela televisão por dois ministros num ato ilegal", reforçou, referindo-se a Medina e a João Galamba. A gestora revelou ainda que não sabia que no dia seguinte iriam apresentar logo o nome do seu sucessor, Luís Rodrigues.
A gestora não tem dúvidas de que a sua demissão foi por razões políticas e admite que a sua prioridade agora é repor a sua "honra" e reputação interncaional que tem dentro do setor.
Um mês depois do anúncio, a gestora ainda não tem data de saída dos comandos da TAP. As Finanças têm-se mantido em silêncio sobre o tema.
Christine Ourmières-Widener vai deixar a liderança da TAP após a companhia aérea ter alcançado lucros superiores a 65 milhões de euros, antecipando em três anos a meta de alcançar resultados positivos estabelecida no plano de reestruturação acordado com Bruxelas. Razão pela qual terá direito a um bónus. O valor ainda não é conhecido.