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CEO da TAP: "Sou um mero bode expiatório"
A CEO exonerada da TAP, que está a ser ouvida na comissão de inquérito à companhia aérea, admitiu que quando aceitou o cargo não esperar "tanta pressão política e mediática".
Christine Ourmières-Widener diz ser "um mero bode expiatório numa batalha política". A CEO exonerada da TAP, que está a ser ouvida na comissão de inquérito à companhia aérea, acusa ainda o Governo de "um ato ilegal" quando anunciou a sua demissão publicamente pelas televisões.
Além disso, relembrou que foi demitida a 6 de março e, um mês depois, continua em funções "sem guidelines" da tutela e "numa altura muito crítica para a TAP". "Fui demitida pela televisão por dois ministros num ato ilegal", reforçou, referindo-se a Fernando Medina, ministro das Finanças, e João Galamba, ministro das Infraestruturas.
Na sua intervenção inicial, perante uma sala cheia e acompanhada pelos seus advogados, Christine Ourmières-Widener apresentou de forma detalhada as principais datas e troca de emails do processo que levou à saída de Alexandra Reis com uma indemnização de 500 mil euros.
Durante a sua audição, a gestora voltou a justificar a decisão da saída da administradora da TAP com o plano de reorganização que estava a implementar, defendendo que Alexandra Reis "não tinha o perfil pretendido" para as mudanças que tinha em curso.
Além disso, defendeu que teve um papel de "coordenação" na elaboração do acordo para a saída, elaborado pelas equipas de advogados, admitindo ter consciência que não tinha capacidade para assinar o contrato.
Pressão política
Christine Ourmières-Widener confessou ainda que quando aceitou o cargo, tendo tomado posse em junho de 2021, não estava à espera que houvesse "tanta pressão política e mediática".
"Não foi fácil gerir a empresa com este ruído todo à volta da empresa", referiu. "A pressão política e mediática foi muito difícil para mim, para a minha equipa e para os trabalhadores", reforçou.
A proposta para avançar com a comissão de inquérito, feita pelo Bloco de Esquerda, foi aprovada a 3 de fevereiro com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos.
(Notícia atualizada às 23h)