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Oi agrava prejuízos para 950 milhões de euros no semestre

A operadora de telecomunicações brasileira reportou esta noite os seus resultados do primeiro semestre de 2017. Agravou as perdas em 32,9% para 3,5 mil milhões de reais.

Reuters
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A Oi – que é detida em 27,49% pela Pharol [antiga PT SGPS], através da sua subsidiária Bratel – divulgou esta noite as suas contas do primeiro semestre, tendo anunciado um aumento de 32,9% dos prejuízos, para 3,50 mil milhões de reais (949,18 milhões de euros), face às perdas 2,63 mil milhões de reais (713,2 milhões de euros) no período homólogo de 2016.

 

Só no segundo trimestre, as perdas agravaram-se em 302%, de 822 milhões de reais para 3,30 mil milhões. Este resultado negativo do segundo trimestre foi muito superior às estimativas médias dos analistas inquiridos pela Reuters, que apontavam para perdas no valor de 332,8 milhões de reais (90 milhões de euros).

 

Segundo a operadora liderada por Marco Schroeder, este resultado "reflecte o impacto do câmbio no resultado financeiro, uma vez que a Oi encerrou as suas operações de hedge [contratos em bolsa que protegem contra a oscilação do dólar] em função da recuperação judicial".

 

No primeiro trimestre, recorde-se, a Oi tinha reduzido os prejuízos, em termos homólogos, em 89%, para 200 milhões de reais (57,7 milhões de euros), face às perdas 1.815 milhões de reais (524,4 milhões de euros) entre Janeiro e Março de 2016. Mas, a contribuir esteve o facto de a operadora ter refeito o balanço financeiro do primeiro trimestre de 2016, para incorporar perdas da subsidiária Telemar. Com a reapresentação dos números daquele período, os prejuízos agravaram-se para 1.815 milhões de reais (em vez dos 1.644 milhões de reais reportados há um ano).

Por seu lado, as receitas diminuíram 10,5% no segundo trimestre, para 5,83 mil milhões de reais (1,58 mil milhões de euros), contra 6,52 mil milhões de reais (1,76 mil milhões de euros) entre Abril e Junho de 2016. Nos primeiros seis meses do ano, ascenderam a 11,98 mil milhões de reais (3,24 mil milhões de euros), quando no período homólogo do ano passado tinham sido de 13,27 mil milhões – o que corresponde a uma descida de 9,6%.

No comunicado hoje divulgado, a Oi sublinha vários factores positivos, como a redução dos custos no segundo trimestre, em 687 milhões de reais, totalizando um corte de despesas no valor de 1,2 mil milhões de reais no primeiro semestre.

 

"O foco da companhia é reduzir custos, garantindo a eficiência operacional e a sustentabilidade do negócio", frisou.

Do lado positivo, destaque para o EBITDA (resultados antes de juros, impostos amortizações e depreciações), que atingiu 1,61 mil milhões de reais (436,6 milhões de euros) nos primeiros três meses do ano, o que representou um aumento de 12,7% na comparação anual.


Oi precisa refazer plano de recuperação judicial

No passado dia 4 de Agosto, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pediu à Oi para refazer o plano de recuperação judicial, que deverá ser submetido a assembleia geral de credores entre Setembro e Outubro.

 

Depois de os membros do regulador se terem reunido com alguns administradores da Oi, entre os quais Luís Palha da Silva, foram levantadas algumas dúvidas sobre "a fiabilidade temporal" do plano de recuperação apresentado pela Oi.

 

Segundo um comunicado emitido pela Anatel após o encontro, que decorreu a 1 de Agosto, a Oi prevê o encaixe de 8 mil milhões de reais (2 mil milhões de euros), seja através de "aporte financeiro directo" ou por aumento de capital. Um valor que a Anatel não considera suficiente, considerando que é "necessário aporte efectivo de capital novo à empresa".

 

O regulador sublinha ainda que apesar de reconhecer que a versão do plano ainda possa ser reavaliada, "apresenta margem para questionamento sobre sua fiabilidade temporal e de garantias de aporte de capital". Por estas razões, no final da reunião, pediu "a apresentação de versão reformulada do plano de recuperação judicial, o que será objecto de ofício para tal fim", lê-se no mesmo documento.

 

A Anatel é uma das maiores credoras da Oi. A operadora, controlado em 22% pela Pharol, acumulou multas de cerca de 11 mil milhões de reais (cerca de 3 mil milhões de euros).

(notícia actualizada às 23:59)

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