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Oi já identificou projectos para aplicar valor do aumento de capital
O presidente executivo da Oi confessou que “o último ano tem sido de intensos desafios para a Oi”, mas está convicto que depois do plano de recuperação judicial estar concluído a Oi vai “iniciar uma nova história”.
O conselho de administração ainda está a concluir o desenho final do plano de recuperação judicial que vai incluir um aumento de capital até 8 mil milhões de reais (cerca de 2 mil milhões de euros). Mas o presidente executivo da operadora, que tem a Pharol como maior accionista, acredita que depois do desfecho do processo, "iniciaremos uma nova história na Oi", sublinhou Marco Schroeder, durante a conferência telefónica com analistas no âmbito da apresentação dos resultados do primeiro semestre da operadora.
Questionado sobre o valor e a concretização prática deste aumento de capital, o responsável explicou que o conselho de administração aprovou que a operação chegue até aos 8 mil milhões de reais. "Boa parte [deste montante] virá de dinheiro novo e através de conversão de dívida. Mas ainda é cedo para falar. Ainda estamos a discutir o desenho", apontou.
Com esta operação, a operadora poderá aumentar o investimento operacional (capex) em 2 mil milhões de reais por ano, passando dos actuais 5 mil milhões para 7 mil milhões de reais.
E, segundo Marco Schroeder, a operadora já identificou os projectos onde irá aplicar o montante: no alargamento da cobertura da rede móvel (4G) bem como de banda larga a outras cidades. Além disso, também pretendem investir uma boa parte no processo de digitalização da empresa.
O presidente executivo da Oi voltou a sublinhar que está convicto que a assembleia de credores, o último passo do processo de recuperação judicial, seja realizada entre Setembro e Outubro.
"O último ano tem sido de intensos desafios para a Oi", quer pelo contexto externo, devido ao cenário macro-económico do Brasil, quer interno com o processo de recuperação judicial , desabafou Marco Schroeder. No entanto, está confiante que a Oi vai sair "fortalecida" deste processo.
Quanto à dívida no valor de 11 mil milhões de reais à Anatel, que resulta de um conjunto de multas que a Oi não pagou, o gestor adiantou que a expectativa é que a situação seja "tratada no âmbito do processo de recuperação judicial, o que não quer dizer que não seja tratada com outro tipo de acordo", acrescentou.
No primeiro semestre deste ano a Oi agravou em 32,9% os prejuízos, para 3,50 mil milhões de reais (949,18 milhões de euros).
A operadora justificou o resultado com o "impacto do câmbio no resultado financeiro, uma vez que a Oi encerrou as suas operações de hedge [contratos em bolsa que protegem contra a oscilação do dólar] em função da recuperação judicial".