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Maiores credores da Oi contra novo plano de recuperação judicial

O grupo que reúne os principais credores internacionais da Oi, com obrigações superiores a 6,4 mil milhões de dólares, considera que o novo plano de recuperação favorece os accionistas.

Reuters
13 de Outubro de 2017 às 17:05
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Os maiores credores da Oi anunciaram esta sexta-feira que "rejeitam" o plano de recuperação judicial apresentado esta semana pela operadora brasileira, que tem a Pharol como maior accionista.

Em comunicado, o grupo que reúne alguns dos principais credores internacionais da empresa explica que depois de analisar a nova proposta, consideram que se direcciona aos interesses dos actuais accionistas e não dos credores.

"A Oi parece ter passado mais tempo a negociar com um pequeno grupo de credores conflituosos, alguns, ou todos, que também detém acções, para um acordo fracassado que se concentra exclusivamente na preservação do valor para os actuais accionistas", lê-se no comunicado emitido pelo grupo de credores que detém obrigações superiores a 6,4 mil milhões de dólares.

Este grupo de credores considera ainda que a nova versão do plano de reestruturação "ignora preocupações fundamentais dos credores, ameaçando a viabilidade da empresa a longo prazo e enriquecendo abusivamente os actuais accionistas".

A Oi tem uma dívida total de 64 mil milhões de reais, com quase metade deste montante em obrigações através de investidores estrangeiros. Individualmente, o maior credor da operadora é a Anatel, regulador brasileiro do sector de telecomunicações, com 11 mil milhões de reais.

O novo plano, entregue na quarta-feira à justiça brasileira e que terá que ser votado pelos credores em assembleia agendada para 23 de Outubro, inclui um aumento de capital no valor total de 9 mil milhões de reais e prevê uma participação menor no capital da Oi dos detentores de dívida da operadora.

O objectivo do plano é reduzir o montante da dívida no valor de 65,4 mil milhões de reais (17,4 mil milhões de euros), através de um aumento de capital de nove mil milhões de reais (2,4 mil milhões de euros), parte do qual através da conversão de dívida.

Destes 9 mil milhões de reais, cerca de seis mil milhões de reais (1,6 mil milhões de euros) serão garantidos através de injecção de capital, sendo que 3,5 mil milhões de reais terão origem nos detentores de dívida e 2,5 mil milhões de reais através dos accionistas. O restante montante (três mil milhões de reais), será através da conversão de títulos da empresa em acções.

Tendo em conta a nova proposta, na prática, a Oi ficará com uma dívida maior e mais cara e os detentores de dívida da Oi vão ficar com uma participação menor na empresa face ao último plano de recuperação apresentado pela Oi em Março.

Isto porque na nova versão a dívida de 32,3 mil milhões de reais referentes aos obrigacionistas pode ser convertida numa nova linha de obrigações de 5,8 mil milhões de reais e em acções da Oi equivalente entre 15% e 25% do capital da operadora, dependendo da opção de juros e do prazo.

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