Notícia
Dezenas de trabalhadores em greve e protesto à porta da sede da PT/Meo
Muitas dezenas de trabalhadores e sindicalistas, com sonoros apitos, bandeiras e tarjas, estão hoje em greve e protesto à porta da sede da operadora de telecomunicações PT/Meo, em Lisboa, contra a transferência de funcionários entre empresas do grupo.
Em causa está a mudança de mais de 150 trabalhadores para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos de origem francesa Altice, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento, prevendo-se a conclusão do processo até final do mês.
Os trabalhadores em greve, com o apoio dos diversos sindicatos, têm um desfile previsto até à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, a partir das 13:30.
O chefe do executivo, o socialista António Costa, já fez declarações de apreensão para com o futuro da PT e a qualidade dos seus serviços, incluindo no debate parlamentar sobre o estado da Nação. As palavras do primeiro-ministro mereceram críticas por parte da oposição (PSD/CDS-PP), por intromissão em negócios privados, e BE e PCP exigiram a defesa dos direitos dos trabalhadores.
O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou na quarta-feira, no parlamento, que "está já em curso uma acção inspetiva" desencadeada pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) sobre o processo de transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas.
O português e co-fundador da Altice Armando Pereira declarou, entretanto, que o Governo português, "muitas vezes, não vê a importância" do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.
O grupo francês Altice, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital SGPS, SA, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência (AdC).