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Comissão de trabalhadores da PT pede demissão de gestores e devolução de bónus

A comissão de trabalhadores da Portugal Telecom diz-se preocupada com o dano reputacional da operadora por causa do envolvimento no caso Espírito Santo. E pede a demissão dos gestores que estiveram ligados à subscrição de papel comercial da Rioforte, que não foi pago, e a devolução dos bónus recebidos pela administração desde 2010.

05 de Agosto de 2014 às 21:30
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A comissão de trabalhadores da Portugal Telecom quer que os administradores da operadora que estiveram envolvidos na subscrição de papel comercial da Rioforte, no montante de 900 milhões de euros, que não foi pago devolvam "os bónus anuais que receberam desde 2010, ou seja

desde a venda da participação da PT na Brasilcel à Telefónica, incluindo os bónus extraordinários".

 

Em comunicado, os representantes dos trabalhadores exigem ainda que os administradores envolvidos se demitam, já que, dizem, "não têm condições para continuar a ser administrador de nenhuma empresa do universo da PT". É que a perda de 900 milhões de euros afecta a reputação e o próprio futuro da PT em Portugal, dizem.

 

"Perante o descalabro financeiro do Grupo Espírito Santo tornado público a partir de 2013, a
Comissão de Trabalhadores estranha que administradores da PT tão galardoados nacional e internacionalmente tenham tomado decisões que põem em causa o futuro da PT, tendo consequentemente feito reduzir o seu valor bolsista a pouco mais de 1,4 mil milhões de euros, menos 80% do valor que tinha aquando da OPA da Sonaecom, em 2006", lê-se no comunicado.

 

A comissão de trabalhadores acrescenta ao caso do papel comercial o facto de os 2% do BES que estão no fundo que gere os cuidados de saúde (PT Prestações) estarem agora no banco mau. Havendo, também, dúvidas sobre o reembolso por parte da Ongoing do investimento feito pela PT de 75 milhões de euros, acrescenta a entidade.

 

No comunicado, os representantes dos trabalhadores dizem ainda estar com receio de que esta situação leva a uma maior redução de custos em Portugal. "Não bastava estarmos confrontados com a fusão de uma grande empresa de dimensão continental com uma empresa mais pequena de um país periférico da Europa, chamada Portugal Telecom, bem como os centros de decisão terem sido deslocados para o Brasil, no passado dia 5 de Maio, com a integração de todo o passivo e de todo o activo na Oi, ficando a PT SGPS apenas com uma participação reduzida de 25,6% da Oi e a dívida da Rioforte (certamente incobrável), ainda temos que sofrer na pele os custos reputacionais e financeiros de um relacionamento de promiscuidade com o GES/BES que remonta ao início da privatização da PT", conclui.

 

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