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Bruxelas pode introduzir novas medidas para limitar bónus aos banqueiros

A Autoridade Bancária Europeia (EBA) está a investigar o pagamento, pelos bancos da City londrina, de subsídios aos seus executivos, como forma de contornar os limites de Bruxelas aos bónus no sector bancário.

Reuters
26 de Setembro de 2014 às 16:19
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Bruxelas quer combater os pagamentos extra aos banqueiros e novas medidas poderão entrar em vigor já no próximo mês.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) está a investigar o pagamento de subsídios pelos bancos sedeados na City londrina aos seus executivos como forma de ultrapassarem a legislação europeia que limita os bónus neste sector.


Esta investigação poderá levar à criação de nova regulação para limitar este tipo de pagamentos, segundo avança o Financial Times esta sexta-feira, 26 de Setembro. Uma das novas medidas deverá ser a limitação do pagamento destes subsídios a um determinado período de tempo, evitando o pagamento sistemático.

 

De acordo com a legislação europeia, introduzida este ano, os banqueiros só podem receber um bónus equivalente ao seu salário anual. Para o banqueiro receber um bónus superior, até 200% do seu ordenado anual, os acionistas precisam de dar a sua autorização.

Mas alguns bancos na City londrina aparentemente contornaram este limite através do pagamento de subsídios.

Como avança o FT, se "o projecto for adoptado e usado pelas autoridades britânicas, bancos como o HSBC, Barclays e Goldman Sachs vão ser forçados a repensar o seu regime de subsídios e voltar a calcular se os seus trabalhadores cumprem com o tecto do bónus para este ano".

O presidente executivo do HSBC, Stuart Gulliver, recebe 32 mil libras de subsídio por semana, além do seu salário anual de 1,2 milhões de libras.

No Barclays, Antony Jenkins recebe 18 mil libras extra por semana em acções e recebe um salário de 1,1 milhões de libras anuais.

Já o português António Horta Osório no Lloyds recebe também 18 mil libras semanais em acções, com um ordenado anual de 7,5 milhões de libras, segundo o The Guardian.

A União Europeia aprovou a introdução de um limite aos bónus dos banqueiros em 2013. A medida foi aprovada por todos os Estados-membros, à excepção do Reino Unido.

Após a aprovação do tecto, o governo britânico - Londres é um dos principais centros financeiros mundiais -, avançou com uma queixa no Tribunal Europeu de Justiça, por considerar que os impactos da medida não foram correctamente avaliados, colocando em causa a estabilidade financeira ao aumentar os custos fixos nos bancos. O Tribunal Europeu de Justiça deverá pronunciar-se até ao final deste ano.


Devido a esta questão pendente, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, decidiu retirar as pastas sobre o bónus dos banqueiros ao novo comissário europeu para os serviços financeiros, o britânico Jonathan Hill, segundo o FT.

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