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Exportações portuguesas de bens tropeçam em novembro. Importações aumentam 5%
Instituto Nacional de Estatística revela que as exportações de bens diminuíram 1,8% em novembro, enquanto as importações aumentaram 4,7%. França foi o destino das exportações nacionais onde as transações mais caíram. Défice comercial agravou-se em 545 milhões.
As exportações portuguesas de bens diminuíram 1,8% em novembro, em comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em contraciclo, as importações de bens mantiveram uma trajetória de crescimento, o que contribuiu para aumentar o défice comercial português.
"Em novembro de 2024, em termos homólogos, as exportações de bens registaram um decréscimo de 1,8%, enquanto as importações cresceram 4,7%", revela o INE. É de notar, no entanto, que o crescimento das importações é resultante de encomendas. Descontando as "transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade)", as importações caíram 2,1%. Já as exportações recuaram 1,7%.
Ao todo, Portugal exportou bens no valor total de 6.796 milhões de euros, menos 127 milhões do que em igual mês do ano anterior. Em sentido contrário, Portugal importou um total de 9.298 milhões de euros em bens, o que compara com 8.880 milhões em igual período do ano de 2023.
A contribuir para o recuo geral das exportações face ao igual mês do ano passado, estiveram as exportações de material de transporte, que caíram 10%, e as máquinas e outros bens de capital, que registaram uma queda de 7,7%. Já do lado das importações, o INE destaca o aumento de 23,6% nos fornecimentos industriais.
Considerando os principais parceiros nacionais, verificou-se um decréscimo de 10,7% nas exportações para França, sobretudo de material de transporte e fornecimentos industriais. Por outro lado, houve um acréscimo de 19,7% nas vendas de bens portugueses para a Alemanha, principalmente de material de transporte e fornecimentos industriais.
Já as importações dos Estados Unidos e do Brasil aumentaram de forma significativa, especialmente no que toca a combustíveis e lubrificantes. Em novembro, as importações dos Estados Unidos aumentaram 56,3% e do Brasil dispararam 165,7%, em comparação com igual período de 2023.
Sem contar com combustíveis e lubrificantes, as exportações de bens registaram um decréscimo de 2,6%, face a igual período do ano anterior. Em sentido contrário, as importações de bens sem combustíveis e lubrificantes aumentou 6,1%.
Os preços das mercadorias continuou a registar variações negativas, o que afeta diretamente a sua evolução homóloga já que são considerados valores nominais (que não excluem o impacto da inflação). No caso das exportações, o índice de valor diminuiu 1,4% por unidade. Já o índice de valor unitário das importações caiu 1,3%. Excluindo produtos petrolíferos, o preços das exportações caiu 0,3% e as importações decresceu 0,1%.
Com as importações a crescerem enquanto as exportações caem, o défice da balança comercial de bens atingiu 2.502 milhões de euros em novembro, o que corresponde a um aumento de 545 milhões em termos homólogos. Sem contar com combustíveis e lubrificantes, o défice agravou-se em 659 milhões, para um total de 2.174 milhões de euros.