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CEO dos CTT: Encomendas ao cliente final "cresceram gigantescamente"

O presidente executivo dos CTT, João Bento, disse esta quinta-feira que as encomendas para o cliente final "cresceram gigantescamente" durante o confinamento, mas que isso não chegou para colmatar a queda em outros segmentos. 

CTT
28 de Maio de 2020 às 20:35
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Durante um 'webinar' organizado pelo ISCTE Executive Education, no âmbito do ciclo Real-Life Flash Talks, o gestor, sem dar números, indicou que a pandemia teve um "impacto muito positivo em volume", no que diz respeito do segmento 'B2C', ou seja da empresa que produz ou vende os produtos para os clientes finais.

"Estamos com valores de encomendas acima do Natal passado ou da 'Black Friday'", indicou, alertando no entanto que o custo unitário de uma entrega 'B2C' é maior que 'B2B', ou seja de empresa para empresa. "Distribuir 100 encomendas num centro comercial tem um custo, mas ir a 100 casas é mais caro", realçou.

O presidente dos CTT admitiu uma "queda brutal de proveitos", tendo em conta a redução de atividade nos outros setores. "Perdemos muito mais em cartas do que aumentamos encomendas", reconheceu.

João Bento destacou ainda o lançamento das lojas 'online' CTT que já estava programado, mas acabou por acontecer numa altura em que muitas empresas encerraram e não puderam vender os seus produtos de forma mais tradicional.

A empresa está ainda a trabalhar num modelo de construção de rotas, que passa por "adequar o giro em função da carga que vai para os carros".

"São algoritmos de rotas dinâmicas, tendo por base a disponibilização de dados" e que irão ajudar a um processo de entregas mais eficiente e integrado, referiu.

O presidente dos CTT deu ainda conta das dificuldades colocadas pelo encerramento de fronteiras. "No pior dia chegamos a ter correio disponível apenas para seis países", disse, indicando que os CTT sentiram "um impacto de negócio expressivo no tráfego para as ilhas, que é muito intenso e diário", sendo que a disponibilidade de voos caiu drasticamente.

"Com o fecho do tráfego internacional estamos a distribuir encomendas enviadas em fevereiro. Havia 210 toneladas de correio a caminho dos CTT que a China Post não sabia bem onde estavam. Entram centenas de paletes de repente, que vieram por terra", destacou.

Em entrevista à Lusa, publicada a 22 de maio, João Bento indicou que o plano de retoma da atividade da empresa à normalidade está "pensado até setembro", pendente das orientações das autoridades de saúde, admitindo prosseguir com "formas de teletrabalho parcial".

"Já temos um plano de desenvolvimento de regresso à normalidade que está pendente das orientações que nos sejam direcionadas e também com o evoluir da pandemia", afirmou o gestor, quando questionado sobre como está a ser planeada a retoma da atividade da empresa à normalidade.

"Trata-se de um plano pensado até setembro para os três grandes universos de trabalhadores - a rede de retalho, as pessoas que trabalham em lojas; as operações, que incluem os carteiros, que constituem o maior grupo dos nossos colaboradores; e todos os serviços centrais e de apoio que inclui as pessoas afetas à sede, sendo que estes na sua maioria, foram capazes de realizar o seu trabalho a partir de casa", explicou João Bento.

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