"Liberalizar e privatizar exigem regular. Não estão criadas as condições e as instituições regulatórias deste sector [postal]", por isso, Celeste Cardona, ex-ministra da Justiça e ligada ao CDS-PP, defende que "privatizar agora [os CTT] é uma verdadeira inconsistência problemática".

O Governo já lançou o processo de privatização dos CTT, empresa tutelada agora pelo ministro da Economia António Pires de Lima, do CDS-PP, o mesmo partido de Celeste Cardona.

No entanto, a ex-ministra da Justiça revela-se contra a venda dos Correios agora. E argumenta: "Se os CTT são eficientes do ponto de vista da sua gestão, se não carecem de indemnizações compensatórias para o desenvolvimento das suas actividades, se participam na distribuição de dividendos ao seu accionista - o Estado, se os postos de correio e os carteiros são parte integrante da 'paisagem' institucional e funcional das nossas aldeias e vilas, se os seus utentes continuam a acreditar nas vantagens da sua proximidade e na qualidade do serviço que lhes é prestado, a questão é a de saber a razão de ser da autovinculação a que nos submetemos sem ter salvaguardado a opção de, primeiramente, serem criadas as condições, fundamentalmente regulatórias, para numa fase posterior tomar a decisão que melhor sirva o interesse público que até pode vir a ser a de privatizar os correios". 

Ou seja, Celeste Cardona, no artigo de opinião que escreve esta quinta-feira, 8 de Agosto, no "Diário de Notícias", admite que o futuro dos CTT até pode passar pela privatização, mas não agora.