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Altice vai avançar com queixa-crime contra Paulo Azevedo

A Altice vai avançar com uma queixa-crime contra Paulo Azevedo devido às declarações do patrão da Sonae sobre o negócio da Media Capital poder criar uma Operação Marquês dez vezes maior.

A Sonae indicou que a guerra das promoções no retalho alimentar tem-se intensificado nos últimos meses mas, ainda assim, continua a prever uma subida das vendas. Já no retalho não alimentar, a recuperação da economia deverá dar um impulso às receitas. No caso do segmento de electrónica, por exemplo, as vendas já atingiram 1.000 milhões de euros este ano. Apesar da pressão concorrencial, os analistas do CaixaBank BPI antecipam que esse impacto seja limitado. E mantiveram a Sonae na lista das suas acções preferidas na Península Ibérica, que foi actualizada esta semana. É a única portuguesa nessa lista. Consideram que a acção está barata.
24 de Outubro de 2017 às 12:03
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A Altice vai avançar com um processo contra Paulo Azevedo. Em causa estão as declarações do gestor, noticiadas na passada sexta-feira, relativas à compra da Media Capital pela Meo.

 

"Na sequência das afirmações do Engenheiro Paulo Azevedo, reproduzidas nos media portugueses ao longo do fim-de-semana a Meo decidiu avançar com uma queixa-crime contra o Engenheiro Paulo Azevedo", lê-se no comunicado emitido pela empresa.

 

Na passada sexta-feira o presidente da Sonae criticou a "não decisão" da ERC sobre a compra da Media Capital pela Altice, afirmando que o negócio "criará condições" para haver indignação com a "descoberta de uma operação'Marquês 10 vezes maior".

 

Estas declarações não agradaram a Altice, que sublinha que "não aceitará que terceiros façam declarações ou insinuações difamatórias relativamente a si ou à sua relação com reguladores, independentemente da posição ou poder desses terceiros". "Responsabilizaremos, como é nosso dever, quem fizer afirmações relativamente à Altice que possam, ilegitimamente, afectar os nossos negócios e a nossa reputação", sustenta o grupo fundado por Patrick Drahi.

 

A dona da Meo vai mais longe e refere ainda que "sem prejuízo de a substância das declarações vir a ser objecto dos procedimentos legais adequados, é claro que as declarações do Engenheiro Paulo Azevedo são o culminar de uma campanha pública orquestrada contra a Meo, incluindo pressões indevidas sobre os reguladores".

 

"Esta campanha apenas serve o interesse dos concorrentes da Meo, os quais têm vastos recursos financeiros e estão presentes num número significativo de sectores económicos, procurando diminuir o procedimento regulatório em curso. É fundamental que tal campanha não impeça um procedimento regulatório justo e transparente", conclui a Altice.

Em declarações à Lusa, Paulo Azevedo criticou o presidente do regulador dos media, Carlos Magno, que ao contrário dos restantes dois elementos do conselho da ERC não vetou a operação. Como o parecer não reuniu consenso, avançou por deferimento tácito, tendo transitado para o pelouro da Autoridade da Concorrência.

"Acredito que esta não decisão carece de sustentação legal, mas sinto o dever de dizer bem alto que estamos a assistir a uma tentativa de deixar passar uma operação que provocará um grave e perigoso enfraquecimento da resiliência e qualidade da nossa sociedade", disse o presidente da Sonae, que detém o jornal Público e é uma das principais accionistas da Nos.

 

"A tentativa do senhor Carlos Magno de se aproveitar do momento de fraqueza institucional da ERC para, sozinho, contra o parecer dos serviços que tutela e dos demais colegas de administração, impedir o veto de uma operação com riscos '(...) não controláveis e gravemente lesivos do pluralismo e do direito dos cidadãos à informação , é escandalosa e extremamente grave", apontou.

 

O gestor considerou ainda que a concretização desta operação "criará as condições para que daqui a 10 anos possamos estar todos indignados com a descoberta de uma operação'Marquês 10 vezes maior".

(notícia actualizada às 12:33 com mais informação)

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