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Altice: "É surpreendente ver um grupo como a Sonae tentar trazer a política para processo" de compra da TVI

A Altice contra-ataca as declarações de Paulo Azevedo sobre o processo de compra da TVI, dizendo que os protestos dos concorrentes "apenas servem os interesses próprios dos operadores em causa". E volta a garantir que a TVI continuará a ser uma estação disponível para todos os operadores.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Outubro de 2017 às 18:53
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Depois de Paulo Azevedo ter voltado a atacar o processo de compra da TVI pela Altice, é agora a vez de a empresa francesa, detentora da Meo, defender e atacar a Sonae.

"É particularmente surpreendente ver um grupo como o grupo Sonae, que sempre protestou contra a interferência política em processos anteriores em que esteve envolvido e em que falhou os seus objectivos, tentar trazer agora, quando lhe é conveniente, a política para o processo". É desta forma que a Altice responde às declarações do presidente da Sonae que, ao Expresso, disse estar indignado com o presidente da ERC, Carlos Magno, mas também com a Assembleia da República.

Aliás, já por anteriores declarações referentes ao processo de compra da TVI pela Meo, a Altice tinha revelado que iria avançar com uma queixa-crime contra o presidente da Sonae.

Num comunicado de sete páginas, emitido esta tarde, a Altice diz pretender esclarecer sobre a sua estratégia para a Media Capital, e fala do que considera serem as motivações dos concorrentes nos ataques ao processo. E faz um comentário à intervenção da ERC no processo.

A Altice acusa os concorrentes de "desviarem o rumo do processo", tentando "transformar uma transacção entre empresas privadas num assunto político". Fala, em particular, da Sonae e Vodafone, a quem acusa de atacarem e intimidarem os reguladores e outros envolvidos no processo. 

A Altice acusa, mesmo, estes grupos de não quererem outra coisa se não "perpectuar o 'status quo'".

E fala de cada um dos grupos em particular. Quanto à Sonae lembre que esta foi a empresa que lançou, em 2006, uma OPA sobre a PT, que, nessa altura, incluia a PT Multimédia, uma oferta que não teve sucesso, mas que se bem sucedida teria "criado um verdadeiro player todo-poderoso nesses sectores". Já a Vodafone, a empresa liderada pelos francesos lembra que é um dos maiores operadores de telecomunicações do mundo.

Fala pois em "campanha sem precedentes, orquestrada pelos nossos concorrentes", que "apenas serve os interesses próprios dos operadores em causa e não reflecte qualquer preocupação pelo bem-estar dos consumidores portugueses ou pelo futuro do sector, revelando, na verdade, um interesse em perpectuar o preocupante 'status quo' do sector português dos media".

Em relação ao parecer técnico da ERC, a Altice lembra que esse é um documento que fez "várias observações gerais, superficiais e infundadas, desconsiderando claras realidades económicas e comerciais, o enquadramento regulatório existente e a aplicação de direito português consolidado neste âmbito".

A Altice questiona mesmo as intenções por detrás do documento, pelo que relembra ter pedido o acesso ao processo da ERC, mas diz que até ao momento não lhe foi concedido o acesso. E diz que a ERC não emitiu parecer relativamente à aquisição, porque o conselho não reuniu a maioria necessária e como tal "não emitiu um parecer válido acerca da operação".

O outro ponto da Altice no comunicado é apresentar, novamente, o seu projecto para a Media Capital, assumindo ter "um forte compromisso em Portugal". E garante que a TVI, nas suas mãos, vai continuar a ser um operador de sinal aberto, assumindo que pretende "tornar o canal de notícias TVI24 disponível a todos os consumidores portugueses, bem como lançar novos canais sempre que possível". Além disso reafirma a intenção de manter as relações da Media Capital com outros distribuidores, nomeadamente Nos e Vodafone, e também manter as relações da Meo com outros fornecedores de conteúdos como o grupo Impresa "numa base não discriminatória, tal como tem acontecido até agora".

Volta a falar da intenção de internacionalizar os conteúdos da Media Capital e de aproveitar o crescimento da publicidade online. 

Sobre uma das preocupações referidas por Paulo Azevedo para pedir que o negócio não avance, a Altice garante que pretende "manter a absoluta independência editorial e defesa do pluralismo dos media: a Media Capital é uma voz importante num mercado dos media e das notícias cada vez mais fragmentado". 

Por isso, em sua defesa, diz que a operação é benéfica para Portugal e para a economia portuguesa. 



(Notícia actualizada às 19:30 com mais informações)
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