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Sonae com menos quatro milhões de lucros até Setembro e mais três mil empregos

A dona do Continente fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 133 milhões de euros, menos quatro milhões do que há um ano mas acima das estimativas dos analistas, e vendas de 4,1 mil milhões de euros (mais 6,9%). A dívida líquida diminuiu 30 milhões.

O CaixaBI recomenda 'comprar' as acções da Sonae, uma cotada que tem no retalho alimentar a sua principal fonte de valor. Nesta unidade as margens estão a ser pressionadas pelo mercado doméstico embora seja de esperar um contributo positivo da recuperação da economia portuguesa.
Ângelo Paupério e Paulo Azevedo, os co-CEO da Sonae Paulo Duarte
15 de Novembro de 2017 às 18:59
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A Sonae, que continua a apresentar-se como o maior empregador privado português, com mais de 40 mil trabalhadores, criou mais de três mil postos de trabalho este ano, um número que dá brilho aos resultados do grupo até Setembro e que superam as melhores expectativas dos analistas relativos aos mais importantes indicadores económico-financeiros.

 

O grupo co-liderado por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério fechou os primeiros nove meses deste ano com lucros de 133 milhões de euros, o que traduz uma queda homólogo de 2,9% que é explicada pelos ganhos não recorrentes registados há um ano, fruto sobretudo de operações de "sale and leaseback". Os analistas do CaixaBI estimavam m lucro médio de 121 milhões de euros.

 

Sem este impacto extraordinário, "a evolução do resultado líquido da Sonae teria sido claramente positiva", destaca a empresa em comunicado emitido à CMVM esta quarta-feira, 15 de Novembro.

 

No terceiro trimestre de 2017, os lucros cresceram um milhão de euros, para 64 milhões, "traduzindo uma melhoria de todos os indicadores operacionais e de rentabilidade", destaca a Sonae.

 

"Neste terceiro trimestre, em que o portefólio de negócios já é comparável com o período homólogo do ano passado, continuámos a crescer a bom ritmo (4,8%) em termos agregados, com contributo positivo das nossas principais actividades, com realce para os diferentes negócios do sector do retalho, que cresceram 5,1%", enfatiza Ângelo Paupério.

 

Em termos acumulados, até Setembro a Sonae, que já está presente em mais de 80 países, registou um volume de negócios de 4,1 mil milhões de euros, mais 6,9% do que em igual período do ano passado, "impulsionado pelo desempenho de todos os negócios" do grupo.

 

Por segmentos de negócio, o retalho alimentar continua a ser, de longe, o maior contribuinte para o volume de vendas do grupo, tendo ultrapassado os quatro mil milhões de euros, mais 6,6% do que há um ano. No caso do retalho alimentar, a facturação da Sonae MC aumentou 4,8% até Setembro, superando os 2,8 mil milhões de euros.

 

Nas telecomunicações, as receitas operacionais da Nos aumentaram 3,4%, para 1,16 mil milhões de euros, enquanto nos centros comerciais o volume de negócios da Sonae Sierra ascendeu a 17 milhões de euros, mais 8% do que há um ano.

 

Já a Sonae IM, que gere um protfólio de empresas de base tecnológica, alcançou vendas de 95 milhões de euros (mais 7,7%), e a Sonae FS, que oferece soluções financeiras, chegou aos 17 milhões de euros (mais 40%).

 

A Sonae RP, unidade do grupo para a gestão do portfólio de imobiliário de retalho, fechou os primeiros nove meses deste exercício com um valor contabilístico bruto de 1,25 mil milhões de euros, equivalente a um valor contabilístico líquido de 886 milhões de euros.

 

Mais 202 milhões de investimento e menos 30 milhões de dívida líquida

 

O EBITDA da Sonae ascendeu a 273 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, menos 8,1% do que há um ano, correspondendo a uma margem de 6,6%, o que traduz uma diminuição de mais de um ponto percentual face a igual período do ano passado.

Se tivermos apenas em conta o terceiro trimestre deste ano, verifica-se que o EBITDA aumentou 18,9% (21 milhões de euros) quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado, atingindo os 130 milhões de euros e já com uma margem de 8,6%, um ponto percentual acima do trimestre homólogo.

 

O resultado indirecto da Sonae situou-se em 37 milhões de euros até Setembro, aumentando 16 milhões "em virtude do efeito positivo da avaliação de activos da Sonae Sierra, assim como do ganho de capital associado à desconsolidação da MDS", refere a empresa.

 

Já o resultado financeiro líquido do grupo, que exclui os negócios da Sonae Sierra e da Nos, melhorou oito milhões de euros, "reflectindo uma redução no custo das linhas de crédito".

 

"Num trimestre em que os níveis de investimento se mantiveram elevados, continuámos a reforçar a estrutura de capitais baixando dívida, aumentando a sua maturidade e melhorando as condições de financiamento", sublinha o co-CEO Ângelo Paupério.

 

O investimento realizado pela Sonae totalizou 202 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, atingindo 109 milhões na Sonae MC, 26 milhões na Worten, 27 milhões na Sonae Sports & Fashion, 28 milhões na Sonae RP e 9 milhões na Sonae IM.

 

Um nível de investimento que não desfocou a Sonae de continuar "focada em apresentar uma estrutura de capital robusta", tendo a dívida líquida do grupo beneficiado neste período de uma redução de 30 milhões de euros, para 1,217 mil milhões de euros no final de Setembro passado.

 

De resto, destaca o grupo, "a Sonae continuou, este trimestre, a cumprir a prática de não possuir necessidades de refinanciamento para os 18 meses seguintes tendo, ao mesmo tempo, melhorado as suas condições gerais de financiamento".

 

Nos nove primeiros meses de 2017, o perfil de maturidade medida da dívida do grupo "permaneceu próximo de quatro anos".

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