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Acções da Altice afundam 10% após revisão de lucros
O grupo dono da Meo deverá fechar 2017 com indicadores abaixo do inicialmente previsto. A expansão nos Estados Unidos não chega para contrariar o impacto da concorrência em França, o seu principal mercado.
As acções da Altice chegaram a cair 10% na manhã desta sexta-feira, 3 de Novembro, depois da companhia de Patrick Drahi ter apresentado uma perspectiva de lucros mais contida para este ano, abaixo das estimativas dos analistas.
A negociação em Amesterdão foi assim influenciada pelo anúncio do dia anterior. Como recorda a Bloomberg, os resultados anuais do grupo francês – dono da Meo em Portugal – estão a ser influenciados pelo plano de reestruturação implementado em França, onde a forte concorrência tem-se feito sentir nos preços e no número de assinantes.
Os frutos do esforço deste plano só se vão sentir, contudo, no próximo ano. "Vamos concretizar cerca de um terço de 400 milhões de euros estimados de poupanças em 2017 mas isto está abaixo do que seria possível", afirmou o CEO Michel Combes (na foto).
De acordo com a Bloomberg, no terceiro trimestre, o EBITDA ajustado subiu 1,8% para os 2,36 mil milhões de euros e as receitas caíram 1,8% para 5,76 mil milhões de euros. Os analistas estimavam 2,37 mil milhões e 5,86 mil milhões, respectivamente.
Apesar dos resultados positivos nos Estados Unidos da América, onde a Altice tem seguido uma política de aquisições, França continua a influenciar fortemente os balanços, pesando metade do negócio. "A sua competitividade sofreu em França e em Portugal", consideram analistas do Citigroup.
Em Portugal, decorre o processo de compra da Media Capital, dona da Capital, pela Altice, por 440 milhões de euros. A operação aguarda ainda luz verde dos reguladores.
A Meo, que é detida pela Altice, fechou o terceiro trimestre do ano com receitas de 566,2 milhões de euros, uma queda de 3,1% face ao período homólogo.